Na sua intervenção inicial perante o 22.º Congresso do partido, António Costa salientou que o PS se fundou na batalha pela liberdade e é esse valor que faz com que “nenhum português tenha dúvidas em saber o que é o PS e onde está o PS”.
“Podemos dizer que estamos onde sempre estivemos com a mesma convicção que podemos dizer que estaremos exatamente onde estamos”, assegurou.
O secretário-geral apontou como exemplos de alargamento da liberdade defendidos pelo PS a despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez, a legalização do casamento e adoção por pessoas do mesmo sexo e, agora, a despenalização da morte assistida.
“Há novas oportunidades de alargar esse espaço, respeitando a consciência de cada um, não impondo a ninguém qualquer comportamento, mas assegurando a todos que o queiram ter uma morte digna e poder recorrer à eutanásia, como na próxima semana defenderemos na Assembleia da República”. afirmou.
No último debate quinzenal no parlamento, e questionado pela líder do CDS-PP sobre a sua posição nesta matéria, António Costa respondeu, uma e outra vez, que não cabe ao primeiro-ministro pronunciar-se: “Ficar-me-ia muito mal que me intrometesse num debate que está em curso.”
Perante o 22.º Congresso do PS, António Costa discursou imediatamente a seguir a uma homenagem a Mário Soares, e começou precisamente com uma referência ao antigo primeiro-ministro e Presidente da República.
“Legou-nos um grande partido, de gente extraordinária, e que nos impõe uma grande responsabilidade”, afirmou.
António Costa salientou que, se os socialistas estão agora no Governo, não foi com esse objetivo que o partido foi fundado, mas em nome de uma “batalha pela liberdade, pela democracia, pelo progresso”, que continua a ser necessário travar.
“Aquilo que dá esta identidade única ao PS é um corpo de valores: são os valores da liberdade, da democracia, da igualdade e de integração na Europa sem sacrificar universalismos português”, definiu.
Para o secretário-geral socialista, “o PS foi sempre um partido do seu tempo, porque soube sempre assegurar a vitalidade dos seus valores e atualizou-os”.
Depois do 25 de Abril, frisou, o PS continuou a luta pela “liberdade de expressão, de informação de informação”, combate que o partido “travou e venceu na rua, junto do povo português”.
Mais recentemente, apontou, também foi pela mão de um Governo socialista que foi aprovada a descriminalização do aborto e, mais recentemente, pelos direitos dos casais homossexuais.
“Foi nesse combate pela liberdade que demos direito a qualquer pessoa de poder constituir família livremente como quiser, que duas pessoas do mesmo sexo se possam amar, casar, adotar”, afirmou, apontando como o próximo combate precisamente a despenalização da eutanásia.
Quatros projetos de lei para despenalizar e regular a morte medicamente assistida em Portugal vão ser debatidos e votados, na generalidade, na terça-feira, na Assembleia da República, apresentados por PS, BE, PEV e PAN.
Nas bancadas do PSD e do PS, que no total somam 175 dos 230 deputados, haverá liberdade de voto.
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