Em conferência de imprensa realizada hoje no Porto, o líder social-democrata criticou o anúncio do negócio, que prevê a entrada da instituição com cerca de 30 milhões de euros no capital do banco.

Rui Rio afirmou que "não contava" que o Governo "insistisse em apoiar a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa a entrar para o capital do Montepio".

"Depois da crise bancária que o mundo viveu e Portugal viveu, em que vimos a forma como uma série de banqueiros e bancários geriram pessimamente o setor bancário, estamos a pegar em dinheiro de apoio aos mais carenciados para pagar imparidades à banca. Não é admissível", vincou.

E continuou: "Isto não é admissível num Governo de direita, de centro nem num governo de esquerda apoiado no parlamento pela esquerda das esquerdas, que é algo que não consigo perceber como é que podem estar de acordo".

Citando o provedor da instituição quando afirma que "por 3% do Montepio estarão na disposição de dar uma verba em torno dos 30 milhões de euros", Rui Rio concluiu que isso "quer dizer que o Montepio vale mil milhões de euros".

"Ou o Montepio vale mesmo mil milhões de euros e não precisa de dinheiro ou então pode precisar de dinheiro, mas não deve ser a Santa Casa da Misericórdia a capitalizar", salientou o dirigente social-democrata.

Considerando um negócio "de risco" para a tesouraria da SCML, Rui Rio, criticou a sua entrada no capital do banco, salientando que "não estaria a comentar o facto se a entrada fosse de apenas cinco mil euros", perguntando "qual a rendibilidade esperada" deste negócio, acreditando que "será negativa".

[Notícia atualizada às 19h53]