O Banco de Portugal (BdP) piorou hoje as projeções de crescimento de Portugal, esperando que o PIB aumente 2,1% este ano e 1,8% no próximo, desacelerando progressivamente o ritmo de crescimento até aos 1,6% em 2021.
“É para nós um sinal de alarme, é o sinal de que o Banco de Portugal antecipa um aprofundamento da desaceleração da economia”, afirmou a deputada do PSD Inês Domingos, em declarações aos jornalistas no parlamento.
A deputada sublinhou que estas projeções do BdP seguem-se a duas outras notícias negativas: a revisão em baixa das previsões da Comissão Europeia para a economia portuguesa e dados do INE, segundo os quais a qualidade da vida das famílias portuguesas “piorou face ao resto da Europa”.
“É uma situação de alarme e, por isso, é para nós incompreensível a posição do Governo e do primeiro-ministro, que se mostram sempre muito satisfeitos com a situação da economia portuguesa”, criticou.
Inês Domingos referiu que, nos últimos anos, o PSD vinha pedindo ao Governo que “mudasse de rumo e olhasse para as condições do crescimento sustentado no longo prazo”.
“O Governo, seja porque não quer, seja porque não pode, ignorou os nossos avisos e, neste momento, já não é tempo para pedirmos ao Governo para mudar de rumo, é tempo de uma alternativa”, defendeu.
A alternativa do PSD para o crescimento, explicou a deputada, passa por “olhar para fatores de sustentabilidade e do crescimento no longo prazo”, em particular o investimento e as exportações.
“Mas passa também por olhar para a qualidade de vida das famílias, não apenas para os próximos meses, mas ao longo de toda a sua vida e para as gerações futuras”, acrescentou.
No Boletim Económico de dezembro divulgado hoje, o banco central antecipa que a economia portuguesa cresça 2,1%, menos 0,2 pontos percentuais do que o esperado em outubro, e abaixo dos 2,3% estimados pelo Governo, com as previsões do crescimento das exportações a caírem também dos 5% (de outubro) para os 3,6%.
As projeções macroeconómicas do BdP, que atualizam as projeções macroeconómicas para o período 2018-20 e divulgam, pela primeira vez, projeções para 2021, estimam que a economia portuguesa deva prosseguir uma trajetória de crescimento da atividade, embora “em desaceleração”, em linha com as projeções para o mesmo período publicadas para o conjunto da área do euro pelo Banco Central Europeu (BCE).
Projeta-se assim que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça 2,1% em 2018 e 1,8% em 2019 - contra as previsões do Governo de crescimento de 2,3% em 2018 e 2,2% em 2019 – e prossiga depois para os 1,7% em 2020 e 1,6% em 2021.
Segundo o BdP, as revisões em baixa do crescimento do PIB devem-se, essencialmente, a uma revisão em baixa do crescimento das exportações, “que reflete a revisão das hipóteses relativas à evolução da procura externa e a incorporação da informação mais recente”.
As projeções apontam para um crescimento das exportações de 3,6% em 2018, 3,7% em 2019, 4% em 2020 e 3,6% em 2021.
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