No debate quinzenal na Assembleia da República, Hugo Soares citou declarações de António Costa, proferidas no final de agosto de 2015 no encerramento do ‘Summer Camp’ da JS: “Temos de vencer esta situação absurda de cada vez prolongarmos mais a idade de passagem à reforma e cada vez termos menos emprego para os jovens que querem aceder ao mercado de trabalho”.
“O senhor primeiro-ministro governa há dois anos e acabou de publicar uma portaria que aumenta a idade da reforma. O senhor primeiro-ministro cultiva o absurdo?”, questionou Hugo Soares.
Depois de questionado pela segunda vez sobre o mesmo tema, António Costa salientou que “a grande reforma estrutural” da Segurança Social foi feita por um Governo socialista e passou pela introdução da indexação da idade da reforma ao aumento da esperança de vida através do fator de sustentabilidade.
“É uma lei que foi aprovada, nunca foi alterada, e sempre foi apontada como boa reforma da segurança social e que vamos manter”, afirmou, acrescentando mais à frente que a eliminação do fator de sustentabilidade não consta do programa eleitoral do PS, nem do Governo e "certamente" nem de nenhuma declaração sua.
Em tom irónico, o primeiro-ministro disse saber que não era esta a reforma da segurança social desejada pelo PSD “que implicava não o aumento da sustentabilidade, mas cortes de 600 milhões nas pensões ainda em pagamento”.
Na resposta, Hugo Soares disse que, a partir de agora, “o país sabe que o que António Costa disser em campanha vale zero”.
“Aquilo que é absurdo em campanha eleitoral, os portugueses têm de saber que palavra dada não é absolutamente honrada", disse.
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