A ideia surgiu sob a forma de uma proposta extra-agenda na reunião pública do executivo municipal e recebeu o apoio da vereadora do PCP Ana Jara, que lamentou o desaparecimento do jornal digital e questionou se o município poderia "fazer alguma coisa, além de uma medalha, que é justa".

O presidente da câmara, Fernando Medina (PS), esclareceu que o "regulamento da medalha" estipula que o executivo só aprova as propostas feitas à "comissão da medalha", sugerindo que João Pedro Costa dirija àquela entidade o pedido.

O digital O Corvo, lançado em março de 2013 e dedicado à cidade de Lisboa, anunciou hoje o seu encerramento por não ter conseguido encontrar forma de garantir a sustentabilidade financeira essencial para a continuidade da publicação.

Numa nota publicada na página na internet da publicação, O Corvo esclarece que, "apesar dos esforços desenvolvidos desde o início do projeto, em 01 de março de 2013, e com especial vigor nos últimos dois anos", ficou esgotada a "capacidade para continuar a fazer jornalismo independente de qualidade".

"A Lisboa de 2013 é muito diferente da de 2019, tendo vindo a assistir a imensas e profundas transformações, umas positivas e outras negativas. Delas foi O Corvo dando conta com os meios de que dispunha. Tendo delimitado o raio de ação ao interior das fronteiras da capital, acreditámos sempre num jornalismo feito como expressão dos desejos e das ansiedades cartografáveis nas almas dos que habitam uma cidade com tal dimensão, diversidade, história e complexidade", é referido.

Na mensagem, a direção do jornal, fundado por Samuel Alemão, lembra que desde 2013 tentaram "informar sem agendas escondidas e com a intenção de ajudar a dar relevo aos assuntos” que “pudessem refletir os principais desafios quotidianos enfrentados por uma comunidade tão ampla e heterogénea como é a que vive a cidade de Lisboa".