No início da sua intervenção no debate quinzenal com o primeiro-ministro, Luís Montenegro fez questão de fazer “um ponto prévio” sobre as declarações do ministro das Finanças holandês, Jeroen Dijsselbloem.
“Repudiamos com toda a veemência as declarações do presidente do Eurogrupo, venham de um socialista, como é o caso, ou de um responsável de outra família política, este tipo de declaração é impróprio, indigno e inaceitável”, afirmou.
O líder da bancada do PSD criticou as declarações quer na forma, dizendo que “graçolas de mau gosto não se coadunam com a dignidade de cargos e instituições”, quer no conteúdo.
“Não aceitamos que se desmereça o esforço e sacrifícios dos portugueses que, com muito esforço, contribuíram para a recuperação do país”, defendeu.
“Quem não respeita isto só tem um caminho e o caminho é ir embora”, disse, numa posição consonante com a do Governo português nesta matéria.
O Governo português, por intermédio do ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, na terça-feira, e do primeiro-ministro, António Costa, hoje, já pediram o afastamento de Dijsselbloem da presidência do fórum de ministros das Finanças da zona euro, posição subscrita, também hoje em Bruxelas, pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
“A Europa só será credível com um projeto comum no dia em que o senhor Djisselblom deixe de ser presidente do Eurogrupo e haja um pedido de desculpas claro, relativamente a todos os países e povos que foram profundamente ofendidos por estas declarações”, disse António Costa.
Numa entrevista publicada na segunda-feira no jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung, Dijsselbloem afirmou: “Durante a crise do euro, os países do norte mostraram solidariedade com os países afetados pela crise. Como social-democrata, atribuo uma importância extraordinária à solidariedade. Mas também deve haver obrigações: não se pode gastar todo o dinheiro em copos e mulheres e depois pedir ajuda”.
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