Fontes presentes na reunião disseram hoje à Lusa que a proposta da Comissão Política Nacional que será votada no Conselho Nacional extraordinário da próxima segunda-feira, em Ovar (Aveiro), prevê que uma eventual segunda volta das eleições diretas - caso existam mais do que dois candidatos e nenhum obtenha 50% dos votos - se realize em 04 de junho.
A data e o local do Congresso terão de ser confirmados consoante a disponibilidade de espaços, segundo as mesmas fontes, e estão também sujeitas a aprovação do Conselho Nacional.
O atual presidente do PSD, Rui Rio, já tinha anunciado no início de fevereiro que deixaria a liderança do partido e não se recandidataria na sequência da derrota nas legislativas de 30 de janeiro.
Na altura, Rio - que preside ao PSD desde janeiro de 2018 e cujo mandato terminaria em dezembro de 2023 - manifestou a vontade de que a sua sucessão decorresse com “tranquilidade e serenidade” até ao final de junho ou início de julho.
A versão final dos regulamentos e do cronograma das eleições diretas e do Congresso deverá ser enviada aos conselheiros nacionais no sábado, e terá de contemplar o prazo limite para a apresentação de candidaturas e de pagamento de quotas, por exemplo.
Na ordem de trabalho do Conselho Nacional da próxima segunda-feira está a “aprovação da proposta da Comissão Política Nacional sobre antecipação da eleição direta do Presidente da Comissão Política Nacional e consequente marcação do Congresso Nacional do PSD” e a aprovação do Regulamento da eleição do Presidente da Comissão Política Nacional e do 40.º Congresso Nacional.
As últimas eleições diretas para eleger o presidente do PSD realizaram-se em 27 de novembro do ano passado e foram disputadas entre Rui Rio e Paulo Rangel, que o atual presidente venceu por cerca de 52,4% dos votos, tendo o Congresso decorrido entre 17 e 19 de dezembro em Santa Maria da Feira (distrito de Aveiro).
Dos 46.664 militantes em condições de votar, fizeram-no 36.476, uma taxa de participação de cerca de 78%.
Por enquanto, ainda não há nenhum candidato assumido à liderança do PSD - a marcação das eleições diretas é normalmente o pontapé de saída do processo -, mas é praticamente certo que o antigo líder parlamentar Luís Montenegro avançará.
O atual presidente da Câmara de Aveiro, Ribau Esteves, admitiu estar em ponderação sobre uma possível candidatura, tendo remetido uma decisão para depois de definido o calendário eleitoral.
Paulo Rangel, Miguel Pinto Luz, Miguel Poiares Maduro ou Jorge Moreira da Silva são outros potenciais candidatos que ainda não admitiram ou afastaram essa hipótese, e o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, continua a ser um nome desejado por alguns dirigentes já nas próximas diretas, apesar de o próprio ter afirmado publicamente a sua prioridade à autarquia da capital.
"Eu sou o presidente da Câmara [Municipal de Lisboa] e vou ser o presidente da Câmara. Serei sempre o presidente da Câmara", afirmou Moedas, na noite da derrota nas legislativas, quando foi questionado pelos jornalistas se estaria disponível para se candidatar à liderança do PSD.
De acordo com os resultados provisórios das legislativas de 30 de janeiro, o PSD conseguiu cerca de 29% dos votos e 78 deputados (a confirmar-se um eleito pela Europa quando for repetida a eleição), menos um do que os 79 eleitos em 2019 e ficando a mais de 13 pontos percentuais do PS, que obteve a segunda maioria absoluta da sua história.
Comentários