No encerramento das jornadas parlamentares do PSD, Luís Montenegro fez um diagnóstico de empobrecimento generalizado do país, apesar de reconhecer que “as contas têm o défice controlado” e a dívida vai descer, o que atribuiu sobretudo ao efeito da inflação.

“Mas é preciso saber à custa de quê. Aquilo que é hoje a coroa de glória do novo PS travestido de furioso adepto das contas públicas saudáveis, essa coroa de glória traduz-se num empobrecimento generalizado em todos os setores sob a responsabilidade do Estado”, defendeu.

Numa intervenção de cerca de meia hora, o líder do PSD recuperou a metáfora das estafetas utilizada na segunda-feira à noite por António Costa para acusar o atual primeiro-ministro de ter participado em dois governos socialistas que já entregaram aos sociais-democratas um “testemunho” pior do que receberam, referindo-se aos executivos liderados por António Guterres e José Sócrates.

“O dr. António Costa, pela terceira vez na vida política dele, vai receber um testemunho e vai-se atrapalhar, deixar cair o testemunho no chão e nós vamos ter de o apanhar e reiniciar a corrida”, afirmou.

Perante a bancada social-democrata, na Assembleia da República, o presidente do PSD reconheceu também o “crescimento extraordinário” que se vai verificar este ano, apesar de o justificar por acontecer “no intervalo de dois resultados absolutamente medíocres”.

“Nós empobrecemos mesmo quando, tendo hipotéticos bons crescimentos, isso não se reflete na vida das pessoas. Gosto de colocar à reflexão das pessoas e perguntar se, efetivamente para além desta estatística, sentem na sua vida que estão melhores ou estão piores. Todos os indícios vão no sentido de que estamos a piorar”, disse.

Em 2014, quando era líder parlamentar do PSD, que governava o país em coligação com o CDS-PP nos tempos do memorando da ‘troika’, causou polémica uma frase de Luís Montenegro numa entrevista, quando afirmou que “a vida das pessoas não está melhor, mas o país está muito melhor”.