O objetivo, refere a proposta a que a Lusa teve acesso, é "fazer a devida reflexão sobre o futuro do PSD".
A proposta defende "um modelo diferente e inovador" de Congresso, que inclua, entre outras matérias, a apresentação das moções de estratégia global pelos candidatos admitidos às eleições diretas, bem como um período de debate das mesmas, e que só poderia acontecer depois de terminado o período de apresentação das candidaturas.
"Um período em modelo de pergunta-resposta, em que juntos no palco do Congresso os candidatos à liderança admitidos às eleições diretas respondem, sucessivamente, a questões colocadas pelos congressistas, sorteados de forma aleatória e transparente, que terão 30 segundos para a apresentar a respetiva questão", concretiza a proposta.
Duarte Marques explicou à Lusa que já apresentou, quando era líder da JSD, esta proposta num Congresso estatutário do partido - em março de 2012 -, numa reunião em que o documento de alterações estatutárias da Juventude Social-Democrata até foi inicialmente aprovado na generalidade, mas depois a maioria das propostas em concreto acabou chumbada, incluindo esta.
Recentemente, outro antigo líder da 'jota', Pedro Duarte, também defendeu a realização de um Congresso prévio às eleições diretas, mas de cariz mais programático, que "recentrasse o PSD do ponto de vista estratégico e programático".
De acordo com a proposta de Duarte Marques, que a apresenta a título individual mas diz estar "curioso" quanto aos apoios que pode recolher, a primeira parte do Congresso seria dedicada a debater estratégia e opções de ação política e de políticas públicas, enquanto a segunda incidiria sobre o "modelo de funcionamento e organização do partido, formação, comunicação e seleção de candidatos aos diferentes atos eleitorais".
Para tal, segundo esta proposta, a Comissão Organizadora do Congresso deverá incluir, além da secretaria-geral, representantes das diferentes candidaturas formalmente admitidas à eleição direta.
"Ao entrar em processo de eleição de uma nova liderança, após um período tão importante e marcante da história do nosso partido, o PSD não pode nem deve limitar este processo eleitoral apenas à alteração do seu líder", defendeu Duarte Marques, apontando que "importa discutir o partido, a sua organização interna, mas também o seu posicionamento ideológico".
Para o deputado social-democrata, eleito pelo círculo de Santarém, perante "um novo cenário político onde a esquerda se uniu, o PSD ainda não teve oportunidade de refletir devidamente".
"O país, tal como os portugueses, espera que o PSD defina um novo rumo, que indique um novo caminho e que, obviamente, seja alternativa à atual coligação de esquerda. Somos um partido de poder e temos o dever, a obrigação e o compromisso moral de trabalhar para o bem-estar geral de Portugal e dos portugueses", afirmou, considerando que "o futuro próximo do PSD não se pode resumir apenas a uma mudança de protagonistas, a uma alteração de postura ou de agenda política".
"Há momentos para agir e há momentos para refletir", diz, numa referência implícita ao 'slogan' já conhecido do único candidato declarado à liderança, Rui Rio ("É hora de agir").
Para Duarte Marques, o próximo Congresso do PSD deve ser "um momento refundador" e não apenas "um momento de consagração do novo líder eleito através de diretas".
O Conselho Nacional reúne-se hoje às 21:00 num hotel em Lisboa com a marcação das eleições diretas e do Congresso na agenda.
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