A autarquia lisboeta estima que houve “uma redução de 50% no número de pessoas em situação de sem-abrigo” na capital entre 2015 e 2017, afirmou no sábado o vereador dos Direitos Sociais, Manuel Grilo (BE), durante uma visita a vários locais da capital em que existem sem-abrigo, na Baixa, em Santa Apolónia, em Xabregas e no Parque das Nações, em que acompanhou o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa,
No entanto, citando um estudo da Santa Casa da Misericórdia, com dados relativos a 2015, e outro da Estratégia Nacional para a Integração das Pessoas em Situação de Sem-Abrigo (ENIPSSA), com dados de 2018, João Pedro Costa disse na quarta-feira que em 2015 havia 431 pessoas a dormir na rua e 350 em 2018.
As afirmações foram realizadas na reunião descentralizada do município destinada a ouvir os munícipes das freguesias de Arroios e das Avenidas Novas,. O autarca esclareceu que não dispõe de dados relativamente a 2017.
João Pedro Costa disse ainda que, englobando os sem-abrigo que dormem na rua e os que estão em centros de acolhimento, o número aumentou entre 2015 e 2018 de 818 para 995, representando um crescimento de 22%.
"O total dos sem-abrigo são as pessoas em centros de acolhimento, são as pessoas que estão na rua", sustentou.
João Pedro Costa acusou ainda o executivo liderado pelo socialista Fernando Medina de veicular informação "não sustentada, nem em números, nem em fontes", pedindo à autarquia documentos que sustentem a sua informação.
Em resposta, Manuel Grilo, do BE (que tem um acordo de governação da cidade com o PS), vincou que, segundo os Núcleos de Planeamento e Intervenção Sem-Abrigo (NPISA), em 2017 estavam “a dormir efetivamente na rua” 350 pessoas, ao passo que em 2015 estavam a dormir nas ruas da capital 700 pessoas.
“Não invento números. Não minto. Os 700 foram os números indicados pelo NPISA”, reforçou o vereador.
Vários munícipes levaram à sessão a questão dos sem-abrigo, tendo a presidente da Junta de Freguesia de Arroios, Margarida Martins (PS), admitido que este é “um problema grave” da sua freguesia.
A autarca defendeu que “tem que haver uma política adequada e eficiente de apoio à situação das pessoas sem-abrigo”.
Os munícipes denunciaram ainda outros problemas relacionados com a prostituição, a higiene urbana, a falta de estacionamento e a habitação.
[Notícia corrigida às 16h44 - O nome da presidente da Junta de Freguesia de Arroios é Margarida Martins e não Margarida Antunes]
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