Esta será a primeira reunião do Conselho Nacional depois de Rui Rio ter sido reeleito presidente do PSD em eleições diretas, derrotando Paulo Rangel por cerca de 52,4% dos votos.

O eurodeputado marcará presença na reunião de Évora, que tem início marcado para as 21:00, confirmou à Lusa fonte próxima de Rangel.

No seu discurso na noite das diretas, em 27 de novembro, Paulo Rangel fez um apelo à união do partido com vista às legislativas, dizendo estar disponível para "uma colaboração leal e efetiva" com a direção, e disse esperar sinais dessa unidade nas listas de candidatos a deputados.

Hoje, Rui Rio começará por reunir a Comissão Permanente (o núcleo duro da direção), seguindo-se a reunião da Comissão Política Nacional (CPN), pelas 15:00, e será este órgão a decidir se propõe ao Conselho Nacional que o PSD concorra sozinho às eleições de 30 de janeiro a nível nacional ou coligado com o CDS-PP e eventualmente com o PPM, como se verifica atualmente numa aliança governativa Açores.

Numa primeira reunião da CPN que abordou o tema, antes das diretas, a maioria dos membros manifestou-se contra uma coligação com os democratas-cristãos, mas não houve uma votação.

Caso a CPN acabe por aprovar formalmente a proposta de listas conjuntas, ela terá de ser votada depois pelo Conselho Nacional, tal como a proposta da direção das listas de deputados, que só será conhecida muito em cima da reunião.

Em entrevistas recentes, já depois de vencer Paulo Rangel, Rui Rio apontou “a competência e a lealdade” como critérios para a elaboração das listas.

Nos últimos dias, as distritais apresentaram formalmente as suas escolhas à CPN, como determinam os estatutos, mas a direção já acusou algumas estruturas - como Lisboa ou Porto - de usarem “uma estratégia de afrontamento”.

O argumento da direção é que há estruturas que insistem em manter os mesmos nomes apresentados há dois anos, que apoiaram Paulo Rangel nas últimas diretas, e excluir os de apoiantes de Rui Rio, o que foi negado quer pelo PSD/Lisboa quer pelo PSD/Porto.

As listas para os vários círculos serão votadas todas em conjunto e, segundo a secretaria-geral, de braço no ar, como é habitual.

Em 2019, quando mais de metade dos então deputados (55%) não entrou nas listas às legislativas, o Conselho Nacional aprovou-as com 74% de votos favoráveis (80 a favor, 18 contra e 10 abstenções).

Devido ao agravamento da pandemia de covid-19, os conselheiros nacionais vão precisar, além do certificado digital obrigatório, de apresentar teste negativo, que pode ser realizado no próprio hotel onde decorre a reunião a partir das 20:00.

O primeiro ponto da ordem de trabalhos do Conselho Nacional está também relacionado com a covid-19: será votado um aditamento ao Regulamento do 39.º Congresso Nacional para habilitar a secretaria-geral a fazer ajustamentos à reunião magna em função da situação pandémica.

Em cima da mesa, explicou à Lusa fonte da secretaria-geral, estão medidas como uma eventual redução do número de observadores previstos e avaliar se será necessário também aos congressistas juntarem um teste negativo ao certificado digital, este último já obrigatório para todos os que participarem no Congresso marcado para entre 17 e 19 de dezembro, em Lisboa.