“Ainda falta muito até à conclusão do mandato, na altura eu terei de ponderar as minhas possibilidades. Não só as minhas responsabilidades, mas também as minhas possibilidades”, afirmou Miguel Morgado em declarações à Lusa, depois de a TSF o ter incluído no leque de possíveis futuros candidatos a líder do PSD.
“Não sou menos militante do que os outros e, portanto, não me excluo, não me isento de responsabilidades, nem excluo possibilidades que possam aparecer na altura”, acrescentou.
Miguel Morgado, que tem sido crítico da atual liderança do partido, defendeu, contudo, que o mandato de Rui Rio – que termina no início de 2020 – “deve ir até ao fim” e considerou “censuráveis” iniciativas “que promovam mais instabilidade do que a que já existe”.
“Sou contra iniciativas em curso para a realização de um congresso extraordinário e convocação de eleições antecipadas. O presidente do PSD deve levar até ao final o seu mandato, não deve haver mais perturbações nem mais instabilidade”, defendeu.
A TSF aponta hoje cinco potenciais candidatos para disputar a liderança do PSD, lista na qual, além de Miguel Morgado, inclui o ex-líder parlamentar Luís Montenegro, o antigo líder da JSD Pedro Duarte e o vice-presidente da Câmara de Cascais Miguel Pinto Luz – os três já admitiram publicamente a hipótese de uma candidatura -, bem como o eurodeputado Paulo Rangel, que já foi candidato no passado e chegou a ponderar essa hipótese nas anterior diretas.
No final de setembro, o autarca do PSD André Ventura anunciou a criação de um movimento, denominado Chega, para recolher as assinaturas necessárias à convocação de um congresso extraordinário do partido para destituir a liderança de Rui Rio, tendo criado para ao efeito um site na Internet há uma semana que, de acordo com a TSF, já terá conseguido 3.500 assinaturas, mas contabilizando quer militantes quer simpatizantes.
O próximo Congresso ordinário do PSD deverá realizar-se em fevereiro de 2020 e para se reunir extraordinariamente terá de ser convocado a pedido de 2.500 militantes.
Uma vez que o presidente do PSD é eleito diretamente pelos militantes, um Congresso extraordinário não tem poderes eletivos, mas poderá ser palco de apresentação de moções de censura ou confiança à Comissão Política Nacional.
“A aprovação de uma moção de censura exige o voto favorável da maioria absoluta dos membros presentes da assembleia competente, desde que o número destes seja superior à maioria absoluta dos membros em funções, e implica a demissão da Comissão Política”, estabelecem as normas do PSD.
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