“Não quero e não quererei ter qualquer vitória eleitoral que seja obtida na secretaria. É um estado de espírito que mantenho sempre em todas as eleições e desejo que isso suceda também no sábado”, afirmou Luís Montenegro numa alusão às alegadas irregularidades em Freixo de Espada à Cinta na primeira volta das diretas.

Antes de um jantar com apoiantes em Fátima, concelho de Ourém (Santarém), o antigo líder parlamentar foi confrontado com aquelas supostas irregularidades, mas recusou alongar-se nos comentários, remetendo o processo para o Conselho de Jurisdição Nacional.

“Não podemos apregoar a ética e a transparência e depois termos à nossa volta casos que contrariam essas palavras. [Sábado] vamos tentar, como sempre acontece no PSD, que a democracia aconteça com normalidade. Teremos também delegados de listas e tentaremos que possam fazer o seu trabalho de fiscalização”, afirmou.

Luís Montenegro admitiu ainda que “há querelas” dentro do partido e assumiu que, se for eleito presidente do PSD, irá envolver-se para ultrapassar o problema.

“Não sou ingénuo. Sei que o partido vive um momento de confrontação democrática interna. Será preciso fazer um grande esforço para tornar a dar ao PSD uma coesão e unidade que sirvam de estímulo e alavanca para o trabalho político que todos temos de fazer”, referiu, reafirmando que, em caso de vitória, conta com o atual presidente do PSD e recandidato, Rui Rio, e com Miguel Pinto Luz, que ficou em terceiro lugar na primeira volta das diretas, no passado sábado.

Já no discurso aos apoiantes, Montenegro prometeu ainda que irá acabar com o “divisionismo, conflitualidade permanente e agressividade verbal e excessiva que há dentro do PSD”, e irá trabalhar para “construir a unidade de cima para baixo a partir do exemplo que o presidente tem de dar, que é o de contar com todos”.

Para o candidato, “não há nenhuma intenção de neutralizar quem quer que seja do PSD”.

“O que quero é neutralizar o Partido Socialista e o dr. António Costa [primeiro-ministro] e dar uma alternativa política de futuro a Portugal”, destacou.

Afirmando que fez uma campanha positiva, Montenegro lamentou não ter ouvido de Rui Rio que o seu adversário é António Costa e o PS. “Gostava de ter ouvido isso também da outra candidatura, mas ouvi muito mais ataques ao PSD do que ataques ao PS e ao primeiro-ministro”, referiu.

Luís Montenegro disse ainda que a “prioridade máxima” são as eleições autárquicas, considerando que, nesse sufrágio, em 2021, será presidente do PSD e nessa qualidade vai liderar o processo.

“Acredito que na próxima segunda-feira estarei a exercer - ainda não plenamente, pois só o farei no congresso - as funções de presidente do PSD, mas, naturalmente, que o veredicto terá de ser dado pelos militantes”, acrescentou.

“Está tudo em aberto. Ontem [quarta-feira] ouvia o outro candidato dizer que estaria 49%-51%. Até ele já apresenta um cenário em que estamos muito próximos. Estamos os dois iguais”, afirmou, apelando a que todos “façam mais um esforço” de ir votar, inclusive os “nove mil” militantes que não o fizeram na primeira volta.

O candidato repetiu que esta é a “última oportunidade para inverter o ciclo” e “voltar às vitórias”.

Se não vencer, Luís Montenegro referiu que vai “continuar militante de base do PSD” e a trabalhar. “Nem a minha vida nem a de Rui Rio nem a do PSD vão acabar no sábado”, acrescentou

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