"A coerência que vejo hoje nos deputados do PS a defender este modelo económico, quero fazer justiça, é a mesma coerência com que defendiam o modelo económico do Governo do engenheiro José Sócrates", afirmou Hugo Soares.

Numa declaração política no plenário da Assembleia da República, Hugo Soares defendeu que "há uma nova austeridade", com o anúncio de "novos e novos impostos que ainda ninguém explicou mas que já assustam todos os portugueses".

"Reduzir o défice à custa de impostos - ainda por cima partindo de uma meta de 3% quando nós viemos de uma meta aproximada de 11% para 3% -, é de facto de um grande topete", acusou.

"Ainda por cima, não pagam aos fornecedores na saúde, escondem as despesas, mascaram a execução orçamental, aumentam os impostos e ainda se vangloriam de estar a cumprir as metas orçamentais", vincou.

Hugo Soares reiterou ainda o que sociais-democratas e centristas tinham afirmado na quarta-feira na comissão parlamentar de Orçamento e Finanças, atribuindo exclusivamente ao ministro das Finanças a responsabilidade de colocar em cima da mesa a hipótese de um segundo resgate, sendo, por isso, a ele dirigido o conselho do primeiro-ministro de ir "caçar ‘pokemons'".

"O país assistiu incrédulo ao primeiro-ministro, provavelmente imbuído do mesmo espírito infantil que o fez acreditar em máquinas voadoras, a pedir ao seu ministro das Finanças que fosse caçar ‘pokemons'. O único que pode enfiar esse barrete, o único que fala em segundo resgate na praça pública, é o senhor ministro das Finanças", afirmou.

O PS, através do deputado Eurico Brilhante Dias, desafiou o PSD a "ir a jogo" e ter propostas para o Orçamento do Estado de 2017, mas Hugo Soares não esclareceu se os sociais-democratas manterão a mesma postura do ano passado ou se apresentarão propostas.

"O PSD ficará em casa ou vem defender aqueles que votaram no PSD? Espero que não traia a confiança que alguns portugueses colocaram na sua bancada", disse Eurico Brilhante Dias.