O pedido seguiu para a ministra da Saúde, Marta Temido, na segunda-feira, numa pergunta subscrita por cinco deputados social-democratas (Adão Silva, Isabel Lopes, Ricardo Baptista Leite, António Maló de Abreu e José Silvano) que classificam como “totalmente inaceitável” a situação.

Os parlamentares fundamentam que “decorridos quase quatro meses desde a retoma dos rastreios do cancro da mama no resto do país, a Liga Portuguesa Contra o Cancro continua, há mais de seis meses, sem assegurar a realização desses exames na região Norte”.

Na exposição feita à tutela, os deputados do PSD começam por referir-se à pandemia de Covid-19 que atinge o país e às “consequências nefastas no acesso dos portugueses ao Serviço Nacional de Saúde (SNS)” com “mais de quatro milhões de consultas que ficaram por realizar e as mais de 100 mil cirurgias adiadas”.

“É no rastreio do cancro da mama, particularmente no distrito de Bragança, que a situação se reveste de maior gravidade, onde a oferta alternativa de entidades prestadoras destes serviços é mais débil e onde a população (incluindo as do sexo feminino) tem uma média de idades mais elevada”, destacam.

O PSD alerta que “os programas de diagnóstico precoce, designadamente na área das doenças oncológicas, sofreram este ano uma quebra abrupta, a qual se traduziu numa significativa redução dos rastreios efetuados às populações de risco”.

O partido “estima que 75 mil exames tenham sido adiados, ficando por diagnosticar mais de 15 mil casos de cancro da mama, uma situação que está a gerar uma crescente inquietação nas populações do norte do país”.

“Com efeito, enquanto na generalidade do país os rastreios foram sendo progressivamente retomados desde o passado mês de junho, tal não sucedeu na região de saúde do Norte, onde continuam encerradas as unidades onde se realizavam rastreios de cancro da mama”, concretizam.

Os deputados do PSD querem saber se o Governo tem conhecimento de que a região de saúde do Norte está há mais de seis meses sem rastreio do cancro da mama, qual a justificação e a data prevista para o reinício dos rastreios.

Na iniciativa parlamentar dirigida à ministra da Saúde perguntam ainda se existe algum plano de recuperação de exames atrasados, devidamente quantificado e calendarizado e quando será divulgado e disponibilizado publicamente.

Pedem ainda que o Governo esclareça se a interrupção destes rastreios se deve à pandemia Covid-19 ou se há outros motivos.

Na sexta-feira, a Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-N) anunciou que vai ser retomado o programa de rastreio do cancro da mama e que, inicialmente, vão ser contactadas as mulheres que viram o agendamento cancelado devido à Covid-19.

Em comunicado, a ARS-N afirma que “estão reunidas as condições” para a retoma do programa de rastreio na região Norte, com a publicação da Resolução do Conselho de Ministros nº 78/2020 de 24 de setembro.

Numa primeira fase, serão contactadas as mulheres que viram o agendamento do rastreio cancelado com o início da pandemia da Covid-19, seguindo-se as restantes mulheres, com idades entre os 50 a 69 anos.

O exame de rastreio poderá ser realizado numa das 19 unidades, fixas ou móveis, que cobrem a região Norte, assegura a ARS-N.

Em 2019, o programa convidou mais de 300 mil mulheres a realizarem o rastreio, sendo que, dessas, foram rastreadas 188.310 mulheres.

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