Em declarações à agência Lusa, no dia em que foi assinado o memorando de entendimento entre a ANA – Aeroportos de Portugal e o Governo sobre a expansão da capacidade aeroportuária de Lisboa, a cabeça de lista por Setúbal nas últimas legislativas referiu que quando o anterior Governo cessou funções deixou “o memorando pronto a ser assinado”.

“Na altura, não foi assinado porque os presidentes da Câmara Municipal de Lisboa e do Montijo entenderam que, estando próximas as eleições [legislativas], não deveriam assinar esse memorando”, explicou a ex-ministra das Finanças do anterior executivo PSD/CDS-PP.

Segundo Maria Luís Albuquerque, “esse memorando fazia o que agora vai ser feito, que era dar início aos estudos que faltam para definitivamente confirmar a localização do Montijo ou procurar alguma alternativa, se vier a verificar-se que essa possibilidade não deve avançar por alguma razão”.

“O que não compreendemos é o que justifica esta demora de quase um ano e meio para avançar com o processo, o Governo perdeu praticamente um ano e meio porque está a fazer agora aquilo que estava pronto para ser feito no final do mandato do governo anterior”, criticou.

Questionada sobre qual poderá ser a explicação para esta demora, a vice-presidente do PSD avançou com a possibilidade de o Governo ter preferido esperar por um momento mais próximo das eleições autárquicas, que se realizarão no outono deste ano.

“Tenho a explicação possível de uma escolha de um momento que eleitoralmente possa ser mais vantajoso, atendendo que quer a Câmara de Lisboa quer a do Montijo são detidas pelo PS, o que pode justificar a escolha do momento para avançar o processo”, afirmou.

Sobre a escolha do Montijo, a deputada social-democrata afirmou que “parece ser uma boa solução, com potencial, mas é preciso fazer um conjunto de estudos para que essa perceção possa ser confirmada ou não”.

“Para confirmar ou para infirmar é um ano e meio que se perdeu e não se consegue perceber porquê, a não ser pela escolha de um momento político mais interessante”, reiterou, considerando que esta demora “pode resultar materialmente num atraso”.

Na assinatura do memorando, o primeiro-ministro, António Costa, disse hoje que a utilização do Montijo como aeroporto complementar de Lisboa é a solução de "maior viabilidade", sendo agora necessário "maximizar oportunidades" e os "ganhos" para o desenvolvimento regional.

"Acho que o país já estudou o que tinha a estudar. Importa decidir o que se tem de decidir", declarou António Costa.

O calendário para efetivar a escolha do Montijo como aeroporto complementar de Lisboa prevê que até novembro deste ano sejam completados os estudos ambientais, enquanto na primeira metade de 2018 serão concluídas a avaliação ambiental e a negociação contratual com a ANA.

Durante o próximo ano serão desenvolvidos os ”projetos de detalhe, para que, caso o Governo aprove a proposta final do concessionário, a construção do aeroporto no Montijo possa iniciar-se em 2019 e terminar em 2021”, como anunciou o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques.

Com um aeroporto complementar no Montijo fica assegurada a duplicação da capacidade atual de transporte aéreo da região de Lisboa, que passará a poder movimentar 72 aviões por hora e transportar 50 milhões de passageiros por ano.

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