Em entrevista ao programa do Porto Canal "Gente que Conta", que será emitida esta noite, Salvador Malheiro rejeitou o apelo feito há uma semana pelo ex-líder do PSD Pedro Passos Coelho para uma "união à direita", para concretizar as reformas de que o país precisa, sustentando que o caminho do partido deve ser para o centro.

"O partido deve virar-se para o centro até porque na Assembleia da República tem apenas sete deputados à sua direita e 144 à esquerda", defendeu, sublinhando que mesmo se conseguisse federar a toda direita, passar-se-ia de “79 deputados (do PSD), mais sete (cinco do CDS, um do Chega e um da Iniciativa Liberal), para 86 deputados”. E questiona-se: “Que reformas poderíamos fazer, o que poderíamos conseguir. Nada!"

Quanto a alianças com o Chega, o vice-presidente social-democrata considerou que "isso nem sequer está em cima da mesa". Já sobre o CDS-PP, admitiu ser "sempre o parceiro natural", mas advertiu que se optar por "bandeiras do século passado não terá grande sucesso".

"O PSD tem tido, nos últimos dois anos, uma linha de rumo que nada tem a ver com a forma de fazer política que o Chega tem feito até agora... Se há coisa de que não nos podem acusar é de não sermos moderados, nós somos moderados", salientou.

"O centro deve ser agora o nosso foco, até porque há gente que não se revê na aproximação do PS ao comunismo e ao trotskismo", argumentou, na entrevista ao Porto Canal.

Salvador Malheiro classificou o congresso do próximo fim de semana como de "consolidação de uma liderança", afirmando esperar que "surjam vozes e opiniões dissonantes da direção nacional porque só assim o partido poderá crescer".

O vice-presidente social-democrata e líder distrital de Aveiro disse que "veria com bons olhos uma renovação nos órgãos nacionais" e elegeu como "principal desafio" as eleições autárquicas e a "abertura do partido à comunidade".

Quanto às eleições autárquicas do próximo ano, Salvador Malheiro convidou os críticos da direção de Rui Rio, designadamente os adversários na últimas diretas, Luís Montenegro e Miguel Pinto Luz, e disponibilizarem-se para o combate político em nome da "união do partido".

"Em vez de continuarem com aquela erosão ao líder eleito, gostava muito mais que se mostrassem disponíveis para os combates autárquicos nas suas terras, desde que o partido sinta que são os melhores candidatos", afirmou, depois de se ter queixado do "martírio dos últimos dois anos com conselhos nacionais do PSD que vão ficar para a história como 'tentativas de golpes de estado'".

O vice-presidente do PSD antecipou mesmo como escolhas naturais os autarcas atuais do PSD que ainda podem cumprir um segundo ou terceiro mandato, mas não apontou nomes.

"Naturalmente que aqueles que são presidentes de câmara e que tem oportunidade de ir para o seu segundo ou terceiro mandato, acho que é por demais evidente e lógico que sejam apostas do PSD", sublinhou.

Relativamente a alianças com o CDS-PP nas autárquicas, Salvador Malheiro disse que "não haverá problema nenhum se forem pontuais" em algumas autarquias, mas garantiu que "um acordo global está fora de questão".

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