"A Comissão Política Distrital de Évora do PS contesta vivamente a hipótese, por mais remota que possa ser, de que tal crime contra a natureza se possa vir a consumar", afirmam os socialistas, num comunicado enviado à agência Lusa.
A posição do PS de Évora foi assumida depois de ter sido publicado, em maio, no Diário da República (DR), um aviso da Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG) sobre o pedido da Exchange Minerals Ltd.
No aviso, pode ler-se que a empresa "requereu a atribuição de direitos de prospeção e pesquisa de depósitos minerais de ouro, prata, cobre, chumbo, zinco e minerais associados, numa área denominada 'Montemor'".
Segundo o documento da DGEG, o pedido de prospeção, que está em consulta pública, abrange uma área total de cerca de 410 quilómetros quadrados nos concelhos de Évora, Montemor-o-Novo e Vendas Novas.
Também o Bloco de Esquerda já se manifestou contra a eventual prospeção de ouro e outros minerais, tendo deputado bloquistas Pedro Soares questionado o Ministério do Ambiente e da Transição Energética sobre o assunto.
Os socialistas notam que foi com "perplexidade e preocupação" que souberam da "nova fase de prospeção" nos três concelhos, frisando que a zona é "um dos santuários naturais mais emblemáticos e bem preservados do Alentejo, integrado na Rede Natura 2000".
No comunicado, o PS de Évora revela ter decidido "apelar ao Governo e ao ministro do Ambiente, em particular, para que mande proceder a uma avaliação rigorosa do que está em causa e determine a anulação do aviso" já publicado em DR.
A estrutura socialista apela também à "indignação cívica e mobilização" das populações, deputados e autarcas para "o combate que se torne necessário travar, utilizando todos os meios legais e políticos a que seja possível recorrer para impedir o que só pode ser classificado um crime que, uma vez consumado, é irreparável".
"Já em 2015 teve lugar, sem êxito, uma tentativa, visando iniciar a atividade mineira naquela zona e implicando métodos extrativos que conduziriam à destruição irreversível de vastas áreas de montado de sobro e de azinho e do ecossistema que lhe está associado", lembram no comunicado.
O projeto, prosseguem, "a ter-se concretizado, teria provocado danos ambientais catastróficos em termos de destruição da paisagem e da biodiversidade e da contaminação dos solos e das águas superficiais e subterrâneas".
"Acresce que as vantagens económicas, no que refere à criação de riqueza e de emprego, seriam absolutamente insignificantes se se tiver como termo de referência o projeto licenciado em 2015", concluem.
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