Em comunicado, o Comando Metropolitano de Lisboa da PSP, em articulação com o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), adianta que as autoridades realizaram na segunda-feira, no aeroporto da capital, uma operação que levou à detenção dos quatro homens, com idades entre os 38 e os 50 anos.
O valor aproximado da apreensão na fase de destino, ou seja, no recetor final asiático, está estimado em aproximadamente 700.000 euros, de acordo com o comunicado.
Segundo as autoridades, os detidos estavam a ser monitorizados e tentaram processar 12 bagagens no balcão de ‘chek-in’ de uma companhia aérea, para um voo que tinha como destino final um país asiático.
A PSP intercetou os quatro homens e conduziu-os para as instalações policiais, onde verificou que o meixão estava acondicionado nas referidas malas de viagem, normais, que seriam transportadas por passageiros “que não são mais do que correios pagos para o efeito”.
Em Portugal, a captura de meixão apenas é possível no rio Minho, estando sujeita a forte regulamentação pela legislação das pescas. A detenção e a comercialização subsequentes dependem ainda de certificado comunitário, emitido pelo ICNF.
Os arguidos disseram às autoridades que as enguias-bebé iam acondicionadas em água e protegidas com películas térmicas, de forma a permitir que a temperatura se mantivesse estável durante todo o percurso da viagem, já que é determinante que o meixão chegue vivo ao destino.
O meixão, de acordo com informação técnica do ICNF, constitui uma das fases de desenvolvimento do complexo e longo ciclo de vida da enguia europeia, de nome científico ‘Anguilla anguilla’.
De acordo com as autoridades, o meixão tem, sobretudo, dois aproveitamentos: o culinário, em pratos ‘gourmet’ (os restaurantes chegam a pagar 20 mil euros por quilo) e a criação de enguias, a partir destas enguias-bebé contrabandeadas.
“Os criadores pagam milhares de euros por quilo aos traficantes, mas usam-no para mais do que um negócio. O meixão é, ainda, libertado em arrozais, onde cresce e engorda comendo os parasitas daquelas culturas. Dessa forma, não só ajuda na produção de arroz, como acaba – já em fase adulta – por ser comercializado em toda a Ásia e até exportado de volta para a Europa”, refere o comunicado da PSP.
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