“O Presidente russo chamou a atenção de que Kiev prossegue uma linha destrutiva e destinada a sabotar os acordos de Minsk”, afirmou o Kremlin em comunicado.
Putin denunciou a “atividade provocadora” das Forças Armadas da Ucrânia na zona de conflito, incluindo o “uso de drones de assalto Bayraktar”, de fabrico turco.
No decurso da conversa, “foi sublinhada a necessidade de Kiev renunciar a qualquer tentativa de ação militar no Donbas”, de acordo com a nota oficial.
Foi ainda sublinhada a importância do pleno respeito de todos os acordos, incluindo os alcançados no formato da Normandia (Ucrânia, Rússia, Alemanha e França”, assinala o texto.
Putin acusou o ocidente de “exacerbar a situação através do fornecimento de armamento letal moderno a Kiev”, e a concretização de “provocadoras manobras militares” no Mar Negro.
Putin também considerou que a Alemanha e a França, os principais mediadores para a tentativa de resolução do conflito no Donbas, instigam Kiev ao incumprimento dos acordos de paz de Minsk, e que conduzem as negociações “a um beco sem saída”.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguei Lavrov, que na quinta-feira analisou em Estocolmo a crise ucraniana com o seu homólogo turco, Mevlut Çavusoglu, já lhe tinha transmitido anteriormente a preocupação de Moscovo pela militarização da Ucrânia devido ao fornecimento a Kiev de armamento turco e ocidental.
Estas declarações surgem num período de plena tensão entre a Rússia e a Ucrânia, e quando Moscovo está a ser acusado de concentrar tropas na fronteira, na perspetiva de uma eventual ofensiva. O Kremlin desmente qualquer plano militar e acusa Kiev de preparar uma “aventura militar” contra os separatistas russófonos do leste do país.
No final de outubro, o exército ucraniano utilizou um drone de fabrico turco Bayraktar TB2 para neutralizar um canhão Howitzer D-30 dos rebeldes pró-russos.
Este tiro foi criticado pela Rússia e ainda por França e Alemanha, ao assumirem a sua função de mediadores.
A utilização de drones de combate em diversos conflitos recentes, caso da Líbia ou dos confrontos entre a Arménia e o Azerbaijão, permitiram desequilibrar a relação de forças em favor dos aliados da Turquia.
Na sequência da anexação da Crimeia pela Rússia, a Ucrânia combate desde a primavera de 2014 as forças separatistas pró-russas no leste do país, um conflito que já provocou cerca de 13.000 mortos.
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