Erdogan desloca-se a Moscovo para participar no oitavo conselho de alto nível entre a Rússia e a Turquia, que incluirá uma reunião bilateral entre os dois líderes e a assinatura de vários acordos.
O assessor de Putin, Yuri Ushakov, precisou sexta-feira que os assuntos em análise incluem o conflito na Síria no contexto da retirada parcial das tropas norte-americanas, e do memorando russo-turco de setembro de 2018 para a estabilização da situação de Idlib, que incluía uma zona desmilitarizada.
Putin e Erdogan também vão abordar a criação do Comité Constitucional da Síria que deverá redigir uma nova Constituição.
Em simultâneo, Ancara e Washington também estão a negociar a possibilidade de estabelecer uma “zona segura” na fronteira entre a Turquia e a Síria para evitar conflitos com os curdos, após a anunciada retirada das tropas dos EUA.
A entrega pela Rússia à Turquia do sistema de mísseis antiaéreos S-400, no valor de 2,5 mil milhões de dólares (2,2 mil milhões de euros) e que deverão ser instalados a partir de outubro, também consta na agenda das conversações.
O Governo norte-americano pressionou Erdogan para recuar nesta decisão, ao argumentar que um membro da NATO não deve adquirir armamento sofisticado de origem russa, mas o secretário-geral da Aliança, Jens Stoltenberg, já reconheceu que cada país tem o direito de tomar estas decisões.
Putin e Erdogan vão ainda analisar a construção do gasoduto Turk Stream, que transportará gás russo pelo Mar Negro em direção à Turquia e vários países europeus, e ainda da central nuclear de Akkuyu, na costa mediterrânica turca, que deverá entrar em funcionamento em 2023.
Após as reuniões, os dois líderes manterão um encontro com empresários dos dois países e participam na cerimónia de abertura do Ano da Cultura e do Turismo da Rússia e Turquia no Teatro Bolshoi, que apresentará a ópera turca Troy.
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