“A grandeza e natureza das catástrofes naturais em certas regiões são sem precedentes”, declarou Putin numa reunião transmitida pela televisão, apelando ao governo para “agir rápida e eficazmente” face aos problemas ambientais.
O chefe de Estado russo citou, por exemplo, as fortes chuvas no sul do país, onde “o nível de precipitação mensal é atingido em poucas horas”, e os fogos florestais na Sibéria e no Extremo Oriente, agravados pela seca e propagados por ventos fortes.
“Tudo isto mostra mais uma vez a que ponto é importante envolvermo-nos de modo profundo e sistemático no programa climático e ambiental”, adiantou.
Os incêndios florestais na Sibéria já devastaram mais de 16,6 milhões de hectares, nomeadamente na Iacútia, um vasto território pouco povoado, onde o fumo cobriu as cidades obrigando as autoridades a decretarem feriado na sexta-feira.
O Ministério para as Situações de Emergência russo, cujo responsável chegou na quinta-feira a Iacútia, anunciou ter criado um centro de operações especial para os incêndios, que estão a ser combatidos por cerca de 5.000 pessoas.
O fumo causado pelos incêndios causou níveis mais altos do que o normal do gás tóxico sulfeto de hidrogénio até Cheliabinsk, a 3.800 quilómetros a sudoeste. A agência espacial norte-americana, NASA, assinalou há uma semana que o fumo também atingiu o Polo Norte.
No sul da Rússia e na Crimeia, chuvas torrenciais provocaram inundações e obrigaram à retirada de mais de 1.500 pessoas, enquanto perto de 100.000 estão hoje sem eletricidade.
No início de agosto, os especialistas do clima da ONU (IPCC) alertaram que, face a um aquecimento global acelerado, com as consequentes alterações climáticas, a humanidade teria de reduzir drasticamente as emissões de gases com efeito de estufa se quisesse limitar os danos.
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