A Coreia do Norte está convencida da necessidade de “aperfeiçoar ainda mais” o seu programa de dissuasão nuclear, disse a irmã de Kim Jong Un, citada pela agência de notícias norte-coreana KCNA.
“Quanto mais os inimigos insistem em realizar exercícios nucleares, mais eles implantam armas nucleares perto da península coreana, e mais o exercício do nosso direito de autodefesa será em proporção direta”, avisou Kim Yo Jung.
Os Presidentes norte-americano e sul-coreano assinaram na quarta-feira um acordo para reforçar a cooperação militar contra a Coreia do Norte e permitir que um submarino norte-americano com armas nucleares atraque na península coreana pela primeira vez em 40 anos.
Este acordo “contribuirá apenas para expor a paz e a segurança no nordeste da Ásia e no mundo a um perigo ainda maior e, portanto, é uma ação que não pode ser bem-vinda”, acrescentou Kim Yo Jung.
O acordo reflete a “vontade de ação mais hostil e agressiva” dos Estados Unidos e da Coreia do Sul contra o Norte, disse a dirigente. Na quarta-feira, o Presidente norte-americano proclamou o “férreo compromisso” dos Estados Unidos com a defesa da Coreia do Sul e precisou que esse compromisso inclui a proteção do seu parceiro contra qualquer ameaça, incluindo um eventual ataque norte-coreano.
“Isto é especialmente importante perante as crescentes ameaças da Coreia do Norte”, afirmou Joe Biden.
O líder norte-americano está “muito equivocado e irresponsavelmente corajoso”, disse Kim Yo Jung, acrescentando que Pyongyang não descartaria simplesmente as palavras de Biden, de 80 anos, como um “comentário sem sentido de uma pessoa senil”.
“Quando consideramos que essa expressão foi usada pessoalmente pelo Presidente dos Estados Unidos, o nosso adversário mais hostil, trata-se de uma retórica ameaçadora, pelo que ele deve estar preparado para uma enorme tempestade”, disse Kim.
Um dos pontos mais importantes do acordo assinado na quarta-feira é a visita de um submarino nuclear norte-americano à Coreia do Sul.
O texto inclui a criação de um mecanismo de consulta bilateral que fará com que Seul possa participar ativamente nos planos dos Estados Unidos para retaliar a qualquer incidente nuclear na região, incluindo um hipotético ataque norte-coreano.
A Coreia do Norte realizou um número recorde de testes de armamento nos últimos dois anos, depois da turbulenta Presidência do magnata nova-iorquino Donald Trump (2017-2021), que ameaçou retirar as tropas norte-americanas da Coreia do Sul.
O número de sul-coreanos que defendem que Seul deve ter as suas próprias armas nucleares aumentou e, segundo as sondagens, quase dois terços são a favor dessa política.
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