No texto da Petição, que tem o apoio da Associação protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP), o grupo defende uma intervenção da Assembleia da República para que se avance com legislação visando “o alargamento da comparticipação das bombas de insulina para todos os diabéticos que sejam recomendados pelas equipas médicas e que estejam aptos a utilizar o dispositivo”.
“Esta iniciativa pretende também pedir a comparticipação de diferentes marcas de bombas de insulina, de modo a permitir um melhor ajuste do dispositivo médico ao paciente”, recorda o grupo.
Os Dispositivos de Perfusão Subcutânea Contínua de Insulina (dispositivos de PSCI, vulgo bombas de insulina) “trazem um maior controlo da diabetes, estando atualmente garantida a sua comparticipação na totalidade para jovens até aos 18 anos”, lembra a petição.
Os promotores da iniciativa recordam que a insulina permite um melhor controlo da diabetes e uma maior flexibilidade na vida de diabético, evitando cumprimentos de horários das refeições, e uma segurança de limite máximo de insulina injetada, algo que não é possível com as atuais canetas, “que podem levar a hipoglicemias graves ou mesmo até à morte em situações de doses incorretas de insulina ou de troca de insulina lenta por insula ultra-rápida”.
“Permite menos injeções no corpo, das atuais seis a 10 injeções com canetas, seria apenas necessária a inserção de um cateter de três em três dias” e, quando ligada a um sistema de leitura contínua de glicose (CGM) “pode suspender a insulina em caso de hipoglicemia”, refere o texto.
O documento acrescenta que, em modelos recentes a serem lançados na Europa, “permite o funcionamento do sistema chamado de pâncreas artificial, controlo automático da administração de insulina baseando-se nos valores da glicemia”.
A diabetes é uma doença crónica que afeta milhões de pessoas durante toda a vida e obriga diariamente os doentes a um controlo apertado dos valores de açúcar no sangue. No caso da diabetes tipo 1, obriga a várias injeções diárias de insulina e a picar os dedos várias vezes por dia para medir os níveis de glicemia no sangue.
Em Portugal, a doença atinge mais de um milhão de pessoas, sendo que a este número acresce mais de dois milhões de pré-diabéticos.
Anualmente, devido à diabetes, morrem mais de 4.000 portugueses, são realizadas cerca de 1.500 amputações dos membros inferiores e ocorrem mais de 7.000 casos de Acidente Vascular Cerebral (AVC).
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