Na Turquia, o mais recente balanço regista quase 9000 mortos, enquanto na Síria foram até agora registadas perto das 3000 mortes, de acordo com as autoridades.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, chegou esta manhã à cidade de Kahramanmaras, epicentro do sismo, tendo previstas também deslocações a outras das áreas mais afetadas, no sul da Turquia.

A grande preocupação continua a ser a procura por mais sobreviventes, apesar das dificuldades das condições de resgate, devido ao muito frio e à falta de maquinaria. No entanto, ao terceiro dia há outras preocupações por parte das autoridades turcas e sírias.

Há milhares de pessoas que, neste momento, procuram um teto para sobreviver ao frio. Quase 10 mil edifícios ruíram e a grande maioria dos cidadãos também não se sente em segurança para procurar abrigo em outros, devido ao medo de colapsos. Ainda assim, o governo diz já resolvem a situação temporária a cerca de 380 mil pessoas, seja em abrigos, centros comerciais ou mesmo estádios.

A juntar a estes relatos, a OMS revelou também esta madrugada que há milhares de pessoas com fome e que a ajuda tem sido mais lenta que o esperado. "As pessoas sentem raiva. Dizem que a ajuda é pouca, sabem que têm familiares soterrados e muitos dizem que os socorristas são insuficientes. Há pedidos de ajuda para comer em quase todos os dez distritos que foram destruídos", salientou ao The Guardian um responsável pela OMS.

O mau tempo, refira-se, dificulta as operações de resgate (governo diz que cerca de 8000 pessoas já foram retiradas com vida dos escombros) e torna ainda mais difícil a situação de alguns dos sobreviventes, que sofrem com o frio e têm de recorrer a lareiras improvisadas.

Na região turca de Kahramanmaras (sudeste), profundamente danificada, a neve dificulta ainda mais o acesso.

Na Síria, o número de vítimas deve “aumentar consideravelmente, pois centenas de pessoas permanecem presas sob os escombros”, segundo os Capacetes Brancos (voluntários da proteção civil) nas áreas rebeldes.

De resto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que 23 milhões de pessoas estão “potencialmente expostas, incluindo cerca de cinco milhões de pessoas vulneráveis”, depois de já ter referido que teme “balanços oito vezes maiores que os números iniciais”.

A Turquia registou o epicentro dos sismos de magnitude 7,7 e 7,6 na escala de Richter.

Até agora, foram contabilizadas 435 réplicas de menor intensidade nas zonas afetadas, nas quais estão a trabalhar mais de 60.000 pessoas em missões de buscas e salvamento e remoção de escombros, no âmbito de um dispositivo que conta com mais de 100 aviões e helicópteros destacados.

O sismo causou também o desabamento de um total de 5.775 edifícios, segundo as autoridades.

Na Síria, há 12 anos mergulhada numa guerra civil, a informação sobre vítimas provém, por um lado, do Governo do Presidente Bashar al-Assad e, por outro, do último enclave do país controlado pela oposição.

As primeiras equipas de resgate estrangeiras chegaram na terça-feira e, segundo o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, que declarou estado de emergência por três meses nas dez províncias afetadas pelo terremoto, 45 países ofereceram ajuda.

A União Europeia (UE) mobilizou 1.185 equipas de resgate e 79 cães de busca para a Turquia de 19 Estados-Membros, incluindo França, Alemanha e Grécia.

Para a Síria, a UE está em contacto com os seus parceiros humanitários no terreno e financia as operações de ajuda.

[Artigo atualizado às 11h25]

*Com agências