Os testes à travessia já começaram, mas a abertura da estrada principal de ligação com o porto de Hong Kong será adiada até ao próximo ano, uma situação que, de acordo com fonte ouvida pelo jornal, pode fazer com que a via auxiliar, perto do aeroporto, fique “fortemente congestionada”.
“Vamos enfrentar uma situação em que a ponte está aberta, mas a estrada principal para entrar [na travessia] está fechada. O uso da estrada auxiliar, que é estreita, (…) afetará gravemente o fluxo de tráfego da ponte e a eficiência dos veículos comerciais”, advertiu a mesma fonte.
O Governo de Macau afirmou recentemente desconhecer a data de abertura, mas os media de Hong Kong já anunciaram o arranque para o final do mês de outubro.
Até ao momento, não há data oficial para a abertura da maior ponte do mundo, um projeto avaliado em 1,9 mil milhões de euros e assolado por vários problemas desde o início da sua construção, em 2011.
No domingo, o chefe do Executivo de Macau admitiu aos jornalistas desconhecer a data de abertura, adiantando apenas que a mesma será divulgada “em tempo oportuno”.
“Depois de ver as notícias é que tomo conhecimento”, quando “houver novidades vamos divulgar em tempo oportuno”, disse Fernando Chui Sai On, à margem da cerimónia do 69.º aniversário da implantação da República Popular da China, que juntou mais de 750 pessoas na Torre de Macau.
A ponte vai reduzir o tempo de viagem entre Hong Kong e Zhuhai, província adjacente a Macau, de três horas para apenas 30 minutos, aumentando a integração das três cidades do Delta do Rio das Pérolas.
A construção começou em 2011 e estava originalmente programada para abrir em 2016, mas o projeto foi assolado por vários problemas, como acidentes de trabalho, uma investigação de corrupção, obstáculos técnicos e derrapagens orçamentais, de acordo com o South China Morning Post.
Em dezembro do ano passado, o secretário para os Transportes e Obras Públicas de Macau, lembrou que a ponte “não é uma obra (apenas) de Macau”.
“A ponte tem um gabinete constituído pelas três partes, República Popular da China, Hong Kong e Macau. Não é Macau que manda na ponte”, afirmou Raimundo do Rosário, acrescentando que “toda a utilização, construção, operação e manutenção relacionada com a ponte tem a ver com as três partes”, ao abrigo de um acordo tripartido.
A infraestrutura é também considerada vital na construção do projeto chinês: “Uma faixa, uma rota”, uma nova rota da seda marítima do século XXI, que pretende redesenhar a economia global.
Para além deste projeto, a ambição de Pequim passa ainda por criar uma grande metrópole, a Grande Baía, para intensificar laços em matérias como o comércio de mercadorias e de serviços, facilidades nas alfândegas e comércio eletrónico transfronteiriço.
A Grande Baía junta, além de Guangdong, Hong Kong e Macau, abrange nove localidades na China: Cantão, Shenzhen, Zhuhai, Foshan, Huizhou, Dongguan, Zhongshan, Jiangmen e Zhaoqing. Conta com mais de 110 milhões de habitantes.
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