Um relatório do ECDC (sigla inglesa) de 10 de maio analisa os dados do sarampo em 30 países europeus entre 1 de abril de 2018 e 31 de março de 2019, apontando para um total de 11.383 casos, 22 deles mortais.
Itália, França, Roménia, Grécia e Reino Unido surgem como os cinco países com maior número de casos no último ano analisado.
Nos primeiros três meses deste ano, continua a verificar-se um aumento progressivo do número de casos de sarampo. França, Lituânia, Polónia e Bulgária são os países que registam maiores aumentos de casos durante este primeiro trimestre. No total, entre janeiro e março foram notificados já 3.790 casos.
Todos os 30 países analisados pelo ECDC reportaram casos de sarampo entre abril de 2018 e abril deste ano, incluindo Portugal, com um total de 68 casos, 60 deles confirmados laboratorialmente.
No caso português, a grande maioria dos casos respeita aos três surtos verificados no final do ano passado, que, entretanto, a Direção-geral da Saúde já declarou como extintos.
Portugal surge como um dos países com mais reduzido número de casos por milhão de habitantes (6,6), bem distante de países como França, Itália ou Luxemburgo, todos com mais de 30 casos por milhão de habitantes e também longe da média dos 30 países, com uma taxa de 22 casos por milhão de habitantes.
Dos 11 mil casos notificados num ano, 30% ocorreram em crianças com menos de cinco anos e 53% em crianças com mais de 15 anos.
A maior taxa de notificação aconteceu em crianças com menos de um ano (255 casos por milhão) e entre os 12 meses e os quatro anos (95,8 casos por milhão).
A vacina do sarampo, principal forma de prevenção da doença, é dada geralmente aos 12 meses. O Programa Nacional da Vacinação em Portugal estabelece que a primeira dose da vacina deve ser dada aos 12 meses e a segunda aos cinco anos.
Dados divulgados na sexta-feira em Portugal pela Direção-geral da Saúde indicam que 14% das crianças com 13 meses não estavam em 2018 protegidas contra o sarampo.
Segundo o ECDC, nos 9.300 casos com idade e estado vacinal conhecidos, mais de 75% não estavam vacinados, enquanto 14% apenas tinham apenas uma dose da vacina. Em 800 casos (5%) os doentes tinham a dose da vacina.
Em pessoas vacinadas, a doença apresenta um quadro clínico que as autoridades de saúde descrevem como "mais ligeiro e com muito baixa probabilidade de contágio (conhecida como sarampo modificado)".
A forma clássica de sarampo surge em pessoas não vacinadas e carateriza-se por um quadro clínico que pode ser grave, podendo ter complicações e até levar à morte.
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