A Quercus, em comunicado, afirma que “fazer a descarbonização do setor energético do país não é viável sem o encerramento quer da central termoelétrica de Sines, quer da do Pego, pelo que “espera que a entidade responsável pela apreciação do pedido de renovação de licença ambiental dê total provimento às intenções manifestadas pelo Governo de não fazer a transição energética apostando no carvão e recuse a renovação da licença agora pedida”.
A associação sublinha as duas centrais são responsáveis por quase 20% das emissões de Gases de Efeito de Estufa (GEE) e que “produz eletricidade através da queima de carvão com um elevado grau de ineficiência”.
O responsável pela Direção de Sustentabilidade do Grupo EDP, António Martins Costa, assegurou na segunda-feira que a central termoelétrica de Sines será encerrada até 2030, mas recusou uma antecipação, porque é preciso “alguma cautela”, porque “garante a estabilização da rede elétrica em todo o país e, nomeadamente na zona sul”.
A Quercus relembra que “só a central de Sines representa cerca de 13% do total de emissões de GEE em Portugal”.
“Numa altura em que se pretende dar passos sólidos no que diz respeito à diminuição de combustíveis fósseis na produção de energia elétrica, esta é uma oportunidade que não deve ser adiada, devendo desde já ter início o processo de encerramento”, declara.
A associação “faz votos” para que a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) recuse a renovação da Licença Ambiental à central hidroelétrica de Sines, “consolidando o caminho que está a ser feito no processo de descarbonizarão do setor energético e que desta forma seja possível dar um passo muito significativo na redução de emissões de CO2 do ‘mix’ energético nacional”.
A 24 de maio passado, o Governo manifestou a intenção de encerrar a segunda central a carvão do país, do Pego, em 2022. A data que fora anunciada para as duas centrais era 2030.
"A minha vontade era encerrar o quanto antes, mas só podemos encerrar [a central de Sines] com segurança energética no tempo em que tivermos energias renováveis a produzir mais quantidade, por razões de segurança de abastecimento", disse na altura o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes.
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