Em declarações à agência Lusa, Samuel Infante, do núcleo regional de Castelo Branco da Quercus, explicou que foram encontradas "várias dezenas de peixes mortos" ao longo da margem da albufeira, junto à plantação de um cerejal e junto ao paredão da barragem.
"Pescadores alertaram a Quercus, que esteve hoje no terreno conjuntamente com membros da Plataforma de Defesa da Albufeira de Santa Águeda. O Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da Guarda Nacional Republicana (GNR) também foi avisado", disse.
Segundo o ambientalista, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) terá dado ordem para parar a aplicação de pesticidas no pomar, informação que a Lusa até ao momento ainda não conseguiu confirmar junto da APA.
Samuel Infante adiantou ainda que a Quercus recolheu peixes mortos para análise: "Não sabemos o que se passa ali, se é contaminação química ou qualquer outro aspeto".
Contudo, o ambientalista deixa desde já um alerta às pessoas e, em especial aos pescadores, para que não comam o peixe ali apanhado sem que se saiba o resultado das análises aos peixes e à água.
À agência Lusa, o Comando Territorial da GNR de Castelo Branco confirmou a presença do SEPNA no local.
"Houve uma denúncia da Quercus para o SEPNA que esteve no local. Foi identificado um homem que andava a movimentar terras. Vai-lhe ser levantado um auto de contraordenação. Quanto ao produto identificado, o homem está autorizado a usá-lo dentro de limites de espaço e estava legal", explicou o tenente-coronel Fernando Miranda.
Em relação aos peixes mortos, disse que os elementos do SEPNA, verificaram alguns que já ali deveriam estar há alguns dias e não conseguiram associar à situação que hoje se verificou na albufeira.
O plano de água da albufeira de Santa Águeda ocupa uma área com cerca de 634 hectares, sendo que o seu uso principal é o abastecimento público, nomeadamente a parte do concelho de Idanha-a-Nova, à maioria da população do concelho de Castelo Branco (62%) e ainda parte do concelho de Vila Velha de Ródão.
Esta barragem encontra-se classificada como albufeira de águas públicas protegidas, que são aquelas cuja água é ou se prevê que venha a ser utilizada para abastecimento de populações e aquelas cuja proteção é ditada por razões de defesa ecológica.
A Quercus denunciou, no ano passado e por diversas vezes, a existência de fenómenos de poluição e de erosão na albufeira de Santa Águeda, em consequência de movimentações de terra e destruição de carvalhais.
Os ambientalistas denunciaram ainda o aparecimento de diversos fenómenos de contaminação em consequência de movimentações de terra e destruição de carvalhais, e comunicaram a situação às autoridades competentes, nomeadamente à APA.
Então, exigiram a reposição da situação e identificaram várias outras dezenas de crimes e violações na zona do Plano de Ordenamento da Albufeira de Santa Águeda e Pisco (POASAP).
As primeiras queixas dos ambientalistas remontam a 2014, altura em que detetaram "um conjunto de obras que estavam a decorrer ilegalmente junto da albufeira de Santa Águeda, na área de proteção".
A Lusa contactou também a APA, por telefone e por escrito, mas até ao momento ainda não obteve resposta às questões colocadas.
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