O Quirguistão anunciou nesta sexta-feira que pelo menos 24 pessoas morreram em confrontos fronteiriços com o Tajiquistão, numa nova explosão de violência entre estas duas ex-repúblicas soviéticas da Ásia Central.

"Vinte e quatro corpos foram transportados para estabelecimentos médicos na região de Batken", no sudoeste do Quirguistão, zona fronteiriça com o Tajiquistão, informou o ministério quirguiz da Saúde em nota avançada pela AFP.

A organização Médicos Sem Fronteiras publicou na sua conta Twitter uma mensagem a dar conta de "mais de dez mil pessoas das vilas fronteiriças" fugiram em busca de segurança. A organização adianta ainda que está a prestar cuidados de saúde numa escola.

Entretanto, o Governo da Turquia expressa preocupação com o escalar da violência. "Estamos a acompanhar os recentes desenvolvimentos na fronteira entre o Quirguistão e o Tajiquistão", diz em comunicado emitido há poucas horas.

"Esperamos que as tensões entre os dois países irmãos, unidos pela fronteira, termine rapidamente e que a situação se resolva pacificamente através do diálogo", refere ainda a nota publicada no portal do governo turco.

De acordo com a agência de notícias ANSA, os presidentes de ambos os países acordaram um cessar-fogo num encontro à margem da cimeira da Organização de Cooperação de Xangai (OCS), que decorreu na cidade de Samarcanda, no Uzbequistão.

Cessar-fogo que terá sido quebrado quando "atacaram" um posto fronteiriço "com morteiros e metralhadoras" acusam as autoridades do Tajiquistão. Por outro lado, o Governo do Quirguistão refuta as acusações dizendo que foram as tropas tajiques que começaram uma "ofensiva contra os seus guardas" nas cidades fronteiriças de Bachy e Pasky-Aryk, refere a ANSA.

A BBC publica uma imagem de um vídeo que está a circular nas redes sociais, supostamente filmado pelo telemóvel de soldados que guardam a fronteira.

(Notícia atualizada às 00h20)

*Com AFP