“Eu acho que para se garantir os direitos dos militantes porventura a data de 20 de novembro não chega, mas a de 27 de novembro é razoável. Espero que esta abertura que nós temos para antecipar exista também do outro lado da candidatura”, disse Paulo Rangel à chegada para o Conselho Nacional do PSD, que decorre hoje à tarde em Aveiro e no qual deverá ser votada esta proposta.

Em declarações aos jornalistas, o eurodeputado disse que “há espaço” para antecipar as eleições, desde que sejam cumpridos todos os direitos dos militantes, referindo que “o processo está em curso”, uma vez que “as convocatórias já seguiram”.

“Digo com toda a tranquilidade e serenidade que há total espaço para se construir uma solução de consenso que antecipe as eleições, ganhando aqui algum tempo, mas respeite integralmente os direitos que os militantes neste momento têm”, vincou.

Rangel admitiu ainda que “há riscos jurídicos”, mas considerou que é “perfeitamente possível” combinar “flexibilidade” com os direitos dos militantes e encontrar "uma solução de consenso" entre as duas candidaturas.

“A partir do momento em que há uma proposta por parte da direção do partido para uma antecipação que nós sempre quisemos, aí podemos conversar (…) Vamos ver se aqui se encontra um consenso que respeite os direitos adquiridos de todos os militantes”, afirmou, adiantando concordar plenamente com a antecipação do Congresso.

Já antes, também à entrada do Conselho Nacional, o presidente do PSD, Rui Rio, tinha afirmado que iria propor a antecipação das eleições diretas no PSD para 20 de novembro, com posterior congresso em 11 e 12 de dezembro.

Na última reunião do Conselho Nacional do PSD, há cerca de três semanas, as eleições diretas foram marcadas para 04 de dezembro e o Congresso para 14, 15 e 16 de janeiro.

O calendário aprovado tinha sido inicialmente proposto pela direção, mas, na véspera do Conselho Nacional e após alertas do Presidente da República de que poderia haver uma crise política, Rio apelou à suspensão da disputa interna para depois de se esclarecer se o Orçamento do Estado era ou não aprovado. A proposta acabaria rejeitada com 71 votos contra, 40 a favor e 4 abstenções.

Perante o ‘chumbo’ do Orçamento em 27 de outubro, mais de 60 conselheiros nacionais e dirigentes distritais fizeram um pedido de um Conselho Nacional extraordinário para antecipar o Congresso para entre 17 e 19 de dezembro, que mereceu o apoio de Paulo Rangel, e que deverá ser votado hoje.