A medalha foi atribuída pelo presidente da RCA e imposta pelo ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho.

“Este é o momento em que o Presidente da República Centro-Africana reconhece o esforço e o compromisso do soldado Camará”, afirmou João Gomes Cravinho, numa nota divulgada na rede social Facebook do Ministério da Defesa.

O ministro referiu que o militar Aliu Camará é um “exemplo extraordinário para todos”, tanto na missão na RCA como na sua recuperação, sublinhando que a Defesa Nacional e as Forças Armadas portuguesas “estarão para sempre reconhecidas e apoiarão sempre a sua situação”.

A cerimónia de condecoração teve lugar no Hospital das Forças Armadas, tendo estado presentes o Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, Almirante António Silva Ribeiro, o Chefe do Estado-Maior do Exército, General Nunes da Fonseca, para além de elementos que pertenciam à mesma força do soldado Aliu Camará.

O militar português sofreu ferimentos graves no dia 13 de junho, na sequência do despiste e capotamento de uma viatura, quando as tropas nacionais realizavam um trajeto logístico junto à região de Bouar, situada a 350 quilómetros a noroeste da capital do país.

Do acidente resultou a amputação das duas pernas do militar.

Aliu Camará, que pertence aos comandos, estava integrado na 5.ª Força Nacional Destacada (FND), que tinha a missão de Força de Reação Rápida da missão da Organização das Nações Unidas na República Centro-Africana (MINUSCA, na sigla em inglês).

Portugal está presente na RCA desde o início de 2017, no quadro da MINUSCA, cujo 2.º comandante é o major-general Marcos Serronha, onde está a 6.ª Força Nacional Destacada (FND), e militares na Missão Europeia de Treino Militar-República Centro-Africana, cujo 2.º comandante é o coronel António Grilo.

A 6.ª FND, que tem a função de Força de Reação Rápida, integra 180 militares, na sua maioria Paraquedistas, pertencendo 177 ao Exército e três à Força Aérea.

Na RCA estão também 14 elementos da Polícia de Segurança Pública.

A RCA caiu no caos e na violência em 2013, depois do derrube do ex-Presidente François Bozizé por grupos armados juntos na Séléka, o que suscitou a oposição de outras milícias, agrupadas sob a designação anti-Balaka.

O Governo centro-africano controla cerca de um quinto do território. O resto é dividido por mais de 15 milícias que procuram obter dinheiro através de raptos, extorsão, bloqueio de vias de comunicação, recursos minerais (diamantes e ouro, entre outros), roubo de gado e abate de elefantes para venda de marfim.

Um acordo de paz foi assinado em Cartum, capital do Sudão, no início de fevereiro pelo Governo e por 14 grupos armados. Um mês mais tarde, as partes entenderam-se sobre um governo inclusivo, no âmbito do processo de paz.

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