De acordo com o relatório, a poluição, a degradação dos habitats, as consequências das alterações climáticas e a sobreutilização da água potável estão a sobrecarregar os recursos hídricos na Europa “como não tinha acontecido até hoje”.
A investigação feita pela Agência Europeia do Ambiente sobre a utilização dos recursos hídricos foi a maior realizada até hoje e concluiu que a Europa precisa de inverter o caminho que está a seguir.
“Não está a caminhar para concretizar os objetivos de melhorar a saúde das águas ao abrigo das regras da União Europeia”, concluiu a agência europeia.
A agricultura é o setor que mais sobrecarrega os recursos hídricos, quer à superfície, quer ao nível freático, com impactos que resultam “da utilização da água e poluição que advém da utilização intensiva de nutrientes e pesticidas, de acordo com a monitorização feita pelos próprios Estados-membros.”
A agricultura “é de longe” o setor que mais consome água na União Europeia (UE) e, “sem alterações nas práticas, a necessidade de uma agricultura de irrigação vai provavelmente aumentar por causa das alterações climáticas”.
Os ecossistemas aquáticos estão “severamente afetados por químicos” e o que resta da produção de energia proveniente do carvão, assim como a “difusão de poluição de nutrientes e pesticidas da agricultura”.
A degradação dos habitats “é transversal” a todos os países.
Só 37% dos recursos hídricos à superfície em toda a UE alcançaram um estatuto ecológico “bom” ou “elevado” (o estatuto ecológico mede a saúde de um ecossistema), ao abrigo das regras que a UE implementou para melhorar a qualidade das águas, e só 29% alcançaram um estatuto químico “bom”.
A diretora da Agência Europeia do Ambiente, Leena Ylä-Mononen, reconheceu que a saúde das águas na Europa “não está boa”.
“As nossas águas enfrentam desafios sem precedentes e está em risco a segurança da água na Europa”, lamentou, pedindo “esforços redobrados” para assegurar este “recurso vital para as próximas gerações”.
Os recursos hídricos subterrâneos estão em melhor estado, 77% estão com um “bom” estatuto químico e 91% estão disponíveis em quantidades suficientes.
Mas “não houve progressos” na qualidade destes recursos, pelo que a tendência é de deterioração.
A Agência Europeia do Ambiente alertou para a necessidade de reduzir a utilização de água, torná-la “mais eficiente”, reduzindo, por exemplo, a pressão da água nas redes de abastecimento.
Os Estados-membros, acrescentou aquela instituição, têm de se esforçar mais para cumprir os objetivos estabelecidos por Bruxelas, no sentido de preservar os recursos hídricos.
Comentários