“A situação de muitos portugueses preocupa-nos muito e não nos deixa ficar tranquilos neste desafio para que todos os portugueses possam sair dessa dependência ou até de carência, por isso a luta pela igualdade e pela aproximação de rendimentos é fundamental para diminuir as assimetrias”, afirmou Agostinho Jardim Moreira.
Os esforços do Governo para aumentar os benefícios sociais, o salário mínimo nacional ou o abono de família, exemplificou, “são bons, mas são insuficientes”, defendeu.
O responsável lembrou que, associada aos 23% de portugueses em risco de pobreza, está a taxa de 25% de crianças pobres, em risco de “exclusão ou de insucesso escolar”.
“Se não vamos combater as causas, com a taxa de natalidade baixa que temos, vamos ter um país muito fragilizado a curto e médio prazo”, alertou.
O presidente da Rede Europeia Anti-Pobreza falava à margem do 10º Fórum Nacional “Trabalho digno: um alicerce para a paz social - combate à pobreza e exclusão social, que decorre hoje na Foz do Arelho, concelho de Caldas da Rainha e distrito de Leiria, e é organizado por aquela entidade.
Segundo a rede europeia, 10,8% dos trabalhadores vive em situação de pobreza e, numa altura em que a taxa de desemprego tem vindo a diminuir, “não basta haver trabalho, é necessário muito mais e a dignificação do trabalho é fundamental”, para elevar o nível de vida dos cidadãos.
Portugal apresentava em 2017 uma taxa de 23,3% de pessoas em risco de pobreza ou exclusão social, acima da média da União Europeia (UE 22,5%) mas 2,7 pontos abaixo da de 2008, divulgou o Eurostat.
Analisando os componentes do indicador, no ano passado estavam 18,3% de pessoas em risco de pobreza monetária (após as transferências sociais) em Portugal, acima da média europeia (16,9%).
No que respeita a situação de privação material severa, Portugal estava, em 2017, em linha com a UE nos 6,9% e abaixo da média (8% face aos 9,3% da UE) na componente referente a pessoas até aos 59 anos que vivem em domicílios com baixa intensidade laboral.
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