Fonte da Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa - EMEL disse hoje à Lusa que o concurso para a aquisição de 1.500 bicicletas, lançado em fevereiro no valor de quatro milhões de euros, “não avançou por questões processuais”, sem avançar mais pormenores.
Em julho, em entrevista à agência Lusa, o presidente do conselho de administração da EMEL, Luís Natal Marques, estimou que o sistema de bicicletas partilhadas do município tivesse, no final do ano, cerca do dobro das bicicletas que tinha na altura a operar em Lisboa, passando de 700 para mais de 1.500.
Hoje, a EMEL adjudicou, conforme é avançado em comunicado, a compra de 730 novas bicicletas para reforçar a rede Gira, num investimento total de perto de 870 mil euros.
“A entrega das primeiras bicicletas elétricas, cerca de 400 bicicletas, está prevista até ao final de dezembro, devendo as restantes chegar ao longo do primeiro trimestre de 2021”, refere a nota.
Isto significa que, até ao final deste ano, a EMEL espera ter no terreno cerca de 1.100 bicicletas, um número abaixo das 1.500 estimadas em julho pelo presidente da empresa.
A rede de bicicletas Gira tem sido alvo de sucessivos atrasos, o que tem motivado críticas de autarcas e utilizadores, que reclamam que o serviço não responde às suas necessidades.
Em maio do ano passado, a EMEL esperava lançar um concurso para a expansão da rede de bicicletas partilhadas Gira, o que não aconteceu.
Um mês antes, em abril, a empresa tinha rescindido o contrato com a Órbita, a fornecedora das bicicletas do sistema Gira, por incapacidade para prestar o serviço contratualizado.
A EMEL aplicou penalidades contratuais à Órbita num valor total superior a quatro milhões de euros.
Em entrevista à Lusa em março de 2019, o vereador da Mobilidade da Câmara Municipal de Lisboa, Miguel Gaspar (PS), estimava que o sistema chegasse a todas as freguesias este ano, em que Lisboa é Capital Verde Europeia.
Em julho deste ano, em entrevista à Lusa, o presidente da EMEL sublinhou que esse é um processo “que demora o seu tempo”, recusando que esteja concluído em 2020 e escusando-se a avançar uma data concreta.
“Não faria sentido, por exemplo, nós levarmos as bicicletas para uma freguesia periférica, sem que o espaço entre essa freguesia e o centro da cidade fosse também municiado com outras estações”, argumentou.
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