“No Porto e em Coimbra há uma sensibilização” para a necessidade de reforçar pontos críticos das cidades, na sequência de alertas da PSP feitos a autarquias, mas “a decisão cabe às câmaras municipais”, explicou o intendente Hugo Palma.
A aplicação de medidas reforçadas de segurança em vários pontos da capital – como Belém, junto ao Mosteiro dos Jerónimos, Chiado e Baixa – começou no fim de semana passado, tendo sido antecipado na sequência dos atentados por abalroamento de multidões em Espanha.
A iniciativa estava já a ser pensada pela autarquia e pelo Governo há cerca de um ano, mas foi acelerada em reação aos dois ataques terroristas, em Barcelona e em Cambrils, na Catalunha, que fizeram 15 mortos e mais de 130 feridos, com a utilização de viaturas que atropelaram pessoas indiscriminadamente.
“Em Lisboa já havia um trabalho formal feito junto da Câmara Municipal, mas a câmara resolveu acelerar” o processo, afirmou Hugo Palma.
A decisão de adotar novas medidas de segurança é das câmaras, “a nossa parte é sensibilizar”, referiu o porta-voz da PSP, lembrando que as câmaras municipais “não estão obrigadas a aceitar” as sugestões da polícia.
No Algarve, região do país onde se juntam mais multidões durante os meses do verão, a situação é mais complicada, já que, como explicou Hugo palma, as zonas de Lagos e Portimão são da responsabilidade da PSP, mas Albufeira e Vilamoura são da GNR.
Segundo o responsável da Polícia de Segurança Pública, o reforço da segurança já está a ser planeado desde novembro de 2015, quando se registaram os atentados no teatro Bataclan, em França.
“Uma série de medidas [de reforço da segurança] foram equacionadas em reuniões com a tutela [ministério da Administração Interna]” logo a seguir aos ataques, disse, lembrando que, na altura, foram postas em ação “patrulhas preventivas, sobretudo em Lisboa, Porto e Algarve”.
No entanto, a adoção de um plano de reforço tem de passar pelos responsáveis de cada município, até porque são as autarquias que assumem os custos.
“Nós [PSP] tomamos a iniciativa nos grandes eventos, como a passagem de ano no terreiro do Paço ou os grandes concertos”, referiu.
O dispositivo em Lisboa, que contemplou a instalação de pilaretes e de objetos pesados para impedir a passagem de viaturas em algumas zonas, estava a ser pensado em conjunto com o Governo há cerca de um ano, não estando, para já, previsto ser alargado, segundo adiantou à Lusa fonte oficial do Ministério da Administração Interna.
De acordo com a mesma fonte, “o MAI e a Câmara Municipal de Lisboa estavam a estudar há um ano” um reforço das medidas de segurança, considerando que “nas zonas de grandes aglomerados de pessoas seria necessário blocos de contenção”.
Espanha foi esta semana alvo de dois ataques terroristas, em Barcelona e em Cambrils, na Catalunha, que fizeram 15 mortos e 135 feridos, com a utilização de viaturas que atropelaram pessoas indiscriminadamente.
A lista de vítimas mortais do ataque em Barcelona inclui duas portuguesas, uma mulher de 74 anos, residente em Lisboa, e a sua neta, de 20.
Em Barcelona, o ataque ocorreu na quinta-feira à tarde, nas Ramblas, uma avenida muito frequentada por turistas.
Na madrugada de sexta-feira, cinco homens num automóvel atropelaram um grupo de pessoas em Cambrils, uma estância balnear a cerca de 100 quilómetros de Barcelona, fazendo um morto e cinco feridos.
Os dois ataques foram reivindicados pelo grupo extremista Estado Islâmico (também conhecido pelo acrónimo árabe Daesh).
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