Em comunicado, o presidente da RTA, Desidério Silva, classifica a decisão da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) como "desrespeitosa" e "vergonhosa" e considera uma "afronta" que o Governo compactue e negue "a existência de impactos negativos não só para o ambiente, mas também para os habitantes" do território algarvio.
"A operação, que tem início previsto para 15 de setembro, vai requerer a utilização de substâncias tóxicas e métodos que podem prejudicar gravemente a saúde humana e ambiental", aponta, acrescentando que a decisão em perfurar sem estudo prévio "é não só negativa para o turismo como pode fazer com que os riscos sísmicos se tornem "mais notórios".
Sublinham ainda que a decisão de "negligenciar os riscos e impactos negativos" foi tomada mesmo "depois de várias consultas públicas, nas quais mais de 42 mil pessoas e autarcas mostraram o seu profundo desagrado por este projeto", escolha que o Governo "não contrapõe".
O presidente da APA justificou a decisão, anunciada quarta-feira, no último dia do prazo previsto, referindo que "não foram identificados impactos negativos significativos" na realização do furo de prospeção petrolífera que deve avançar entre setembro e outubro, na área "offshore" denominada bacia do Alentejo, a 46 quilómetros de Aljezur.
"Rejeitar uma avaliação de potenciais riscos de perfuração é negar a importância que a população tem para um país", conclui a RTA, que teme que a excelência do Algarve enquanto destino turístico esteja a ser posta em causa.
O consórcio liderado pela petrolífera italiana ENI prevê iniciar a perfuração daquele que será o primeiro furo de pesquisa de hidrocarbonetos em Portugal entre setembro e outubro, após uma preparação com uma duração estimada de três meses.
A fase de preparação decorrerá numa base logística, em Sines, situada a aproximadamente 88 quilómetros do local da sondagem.
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