Há uma semana, o PSD anunciou que António Capucho iria regressar ao partido, referindo-se ao ex-presidente da Câmara de Cascais como um “militante histórico” que ajudou a fundar o PSD, em 1974, tendo a nova ficha de militante dado entrada na sede social-democrata.

No entanto, na quinta-feira, a concelhia de Cascais aprovou por unanimidade uma moção onde se manifesta contra o regresso de Capucho ao PSD, mas ainda antes de lhe ter sido solicitado o parecer formal por parte da Comissão Política Nacional.

Questionado pela Lusa, o secretário-geral explicou que o processo está a seguir os “trâmites normais”: depois de recebido, por email, o pedido de adesão ao partido, foram solicitados os elementos que possam falar na ficha de inscrição como militante.

“Só depois enviaremos o pedido de admissão à concelhia”, disse, precisando que esse envio já não será feito esta semana.

Depois, acrescentou, a concelhia de Cascais terá 30 dias para se pronunciar e, em caso de um parecer negativo, de o justificar à distrital de Lisboa, que o comunica à direção nacional.

“A decisão final cabe depois ao secretário-geral”, frisou Silvano, explicando que o parecer da concelhia não é vinculativo.

O secretário-geral disse ainda que antes de enviar o pedido de adesão terá de confirmar com António Capucho que mantém a vontade de regressar ao PSD, mesmo depois da moção desfavorável da concelhia.

À Lusa, na sexta-feira, o antigo presidente da Câmara de Cascais lamentou o parecer desfavorável e acusou a secção partidária de "cobardia política" por não ter aceitado ouvi-lo.

“Ignoro os fundamentos que têm obrigatoriamente de ser invocados para a recusa da minha admissão, escolhidos de entre os que constam no regulamento aplicável, mas não vislumbro que qualquer deles seja elegível”, referiu.

O antigo dirigente lembrou também que esteve na “génese da implantação do PPD no concelho, tendo presidido a várias Comissões Políticas Concelhias em acumulação com o cargo de Secretário-Geral.