A recomendação consta num comunicado assinado pela Agência Europeia do Medicamento (EMA, na sigla em inglês) em conjunto com o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) sobre vacinas da covid-19 adaptadas a novas estirpes do coronavírus SARS-CoV-2, que causa a covid-19, e considerações sobre o uso das vacinas nas campanhas de vacinação no outono de 2023.

De acordo com a nota, é aconselhada a atualização das vacinas contra a covid-19 para que visem as diferentes estirpes da subvariante XBB da variante Ómicron do SARS-CoV-2, uma vez que “se tornaram dominantes na Europa e outras partes do mundo”.

Ambas as entidades admitem, em linha com orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS), que o uso de vacinas monovalentes (dirigidas a uma linhagem da XBB, como a XBB.1.5) são “uma escolha razoável para dar proteção contra as estirpes dominantes e emergentes”.

As vacinas dirigidas a outras estirpes da família XBB, por exemplo a XBB.1.16, podem ser consideradas “com base numa justificação adequada”.

A EMA e o ECDC assinalam que as vacinas atualmente autorizadas “continuam eficazes na prevenção da hospitalização, doença grave e morte por covid-19”, mas ressalvam que “a proteção contra o vírus diminui com o tempo na sequência do aparecimento de novas variantes do SARS-CoV-2”.

As autoridades europeias da saúde e do medicamento recomendam que a campanha de vacinação da covid-19 do próximo outono “priorize as pessoas com maior risco de terem doença grave”, como as pessoas com mais de 60 anos, com sistema imunitário enfraquecido e as grávidas.

A vacinação dos profissionais de saúde “deve ser também considerada” devido ao risco acrescido de exposição a novos surtos e ao seu “papel fundamental no funcionamento dos sistemas de saúde”.

O ECDC e a EMA lembram que a vacinação atempada, “antes de um possível aumento de casos no outono e inverno”, época mais fria e por isso propícia à circulação de vírus respiratórios como o SARS-CoV-2, “é essencial para proteger as pessoas da covid-19 grave e os sistemas de saúde de serem sobrecarregados”.

A Agência Europeia do Medicamento e o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças propõem, para efeitos de decisão em sede de revisão das informações sobre a comercialização de vacinas para a covid-19, o reforço da vacinação com um intervalo de quatro meses entre doses.

Pessoas com o sistema imunitário comprometido “podem necessitar de doses adicionais”. O número de doses e intervalos “devem ser adaptados a cada doente, dependendo da gravidade da sua condição e em conformidade com as recomendações nacionais”, de cada país.

Para as crianças com mais de 5 anos, e sempre que a vacinação é recomendada de acordo com as orientações de cada país, uma só dose da nova vacina adaptada à XBB “é indicada”.

Já para as crianças com menos de 5 anos, sem historial de vacinação contra a covid-19 ou infeção com o SARS-CoV-2, é indicada a inoculação primária com duas a três doses, dependendo de que vacina adaptada for administrada.

A EMA e o ECDC enfatizam que os Estados-membros da União Europeia são soberanos nas “decisões finais sobre a distribuição de vacinas”, incluindo o reforço da vacinação e os tipos de vacinas recomendados, tendo em conta fatores como “a situação epidemiológica, o impacto da covid-19 em diferentes grupos populacionais e o aparecimento de novas variantes” em cada país.

A covid-19 é uma doença respiratória pandémica com origem no coronavírus SARS-CoV-2, um tipo de vírus detetado em finais de 2019 na China e que assumiu várias variantes e subvariantes, umas mais contagiosas do que outras.

Em 5 de maio último, decorridos mais de três anos sobre a sua declaração pela OMS, a doença deixou de ser uma emergência de saúde pública internacional.

Hoje, na sua última conferência de imprensa regular sobre a covid-19, a EMA enfatizou que, apesar do fim do alerta máximo internacional, a pandemia continua a ser uma ameaça.

“O vírus é e continua a ser uma ameaça, em particular para os mais vulneráveis”, disse o responsável pela estratégia de vacinação na EMA, Marco Cavaleri, acrescentando que o SARS-CoV-2 “ainda circula e novas variantes surgem”, pelo que as autoridades de saúde pública devem “manter a guarda”, sobretudo no inverno.

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