Esta decisão de Felipe VI foi anunciada num comunicado da Casa Real divulgado após a reunião que o chefe de Estado realizou no Palácio da Zarzuela com a presidente do Congresso dos Deputados (parlamento), na qual Meritxell Batet lhe comunicou oficialmente a investidura falhada de Pedro Sánchez.

O Rei de Espanha indicou a Batet que não vai iniciar agora novas conversações com os líderes políticos e estará em contacto “regular e permanente” com a presidente do Congresso.

“Em todo o caso, e antes do final do prazo constitucional de dois meses desde a primeira votação da investidura, sua Majestade o rei realizará novas consultas”, segundo o comunicado.

Estas consultas terão como objetivo verificar se, em função da disponibilidade dos partidos com representação parlamentar, é possível propor um candidato que tenha os apoios necessários.

Caso contrário, novas eleições serão convocadas.

Na quinta-feira, o parlamento espanhol chumbou, pela segunda vez esta semana, a recondução como primeiro-ministro do socialista Pedro Sánchez, que agora tem até setembro para fazer uma nova tentativa, antes da marcação de eleições antecipadas para novembro.

Na segunda votação de investidura, Pedro Sánchez recebeu o apoio de 124 deputados, o voto contra de 156 e a abstenção de 66.

O Rei, Felipe VI, terá agora de decidir se vai voltar a convidar o primeiro-ministro do executivo de gestão para ser candidato a ser investido, o que deverá acontecer, visto Sánchez ser o líder do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), o mais votado (28%) nas eleições de 28 de abril e o único que pode ser bem sucedido nessa tarefa.

Se o líder socialista aceitar pela segunda vez ser o candidato proposto pelo soberano terá até 23 de setembro próximo para chegar a uma maioria.

Se falhar mais uma vez, os espanhóis serão chamados às urnas no dia 10 de novembro próximo, pela quarta vez nos últimos quatro anos.

A votação de quinta-feira foi idêntica à da de terça-feira passada em que Pedro Sánchez teve 124 votos a favor, 170 contra e 52 abstenções.

Nas legislativas de 28 de abril último, o PSOE obteve 123 deputados (28,68% dos votos), o PP 66 (16,70%), o Cidadãos (direita liberal) 57 (15,86%), a coligação Unidas Podemos 42 (14,31%) e o Vox (extrema-direita) 24 (10,26%), tendo os restantes deputados sido eleitos em listas de formações regionais, o que inclui partidos nacionalistas e independentistas.