Os cerca de 160 mil membros do partido tiveram oportunidade de escolher um sucessor para Theresa May, que renunciou às funções de chefe do partido a 07 junho devido ao impasse com o 'Brexit, através de voto postal, cuja contagem deverá ser feita nas próximas horas.
Esta foi a eleição interna do partido Conservador com maior número de candidatos, tendo os iniciais dez sido reduzidos a dois finalistas graças a uma sucessão de votações restritas aos deputados do partido Conservador, todas ganhas com grande margem por Boris Johnson.
Boris Johnson, de 55 anos, é, por isso, o favorito para ganhar também o voto dos militantes de base, cujo anúncio desencadeará a demissão, na quarta-feira à tarde, da primeira-ministra, para dar lugar ao sucessor.
'BoJo', como é conhecido, protagonizou a campanha para a saída do Reino Unido da União Europeia (UE) no referendo de 2016 e tem sido um dos críticos mais proeminentes da estratégia do governo para o ‘Brexit', tendo prometido aplicar a saída até ao prazo de 31 de outubro.
"Querer é poder", repetiu várias vezes durante a campanha, durante a qual se comprometeu a negociar alterações ao acordo de saída negociado por May com Bruxelas, substituindo a solução para a Irlanda do Norte por alternativas tecnológicas.
Hoje, invocando o 50.º aniversário da viagem de astronautas norte-americanos à Lua, escreveu na coluna mensal no jornal Daily Telegraph: "Se eles conseguiram usar programação de computador tricotada à mão para conseguir uma reentrada sem atritos na atmosfera da Terra em 1969, nós podemos resolver o problema de comércio sem atritos na fronteira da Irlanda do Norte".
Boris Johnson admite uma saída sem acordo a 31 de outubro, mas terá dificuldade em conseguir fazer passar esta hipótese no parlamento devido à divergência dos partidos da oposição e também de vários deputados do próprio partido Conservador, que atualmente só tem uma maioria de três deputados.
Hoje, o antigo secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros Alan Duncan anunciou a demissão, a qual deverá desencadear mais demissões, nomeadamente do ministro das Finanças, e do ministro da Justiça, David Gauke, que não descartaram votar numa moção de censura para derrubar o governo para impedir uma saída sem acordo.
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