“A primeira-ministra tem razão em se demitir. Ela admitiu agora o que o país já sabe há meses: ela não consegue governar, nem [o consegue] o seu partido dividido e em desintegração”, afirmou, num comunicado.
Perante a eleição interna no partido Conservador que vai encontrar um sucessor de Theresa May, o qual, enquanto líder do partido, será também nomeado chefe do governo, Corbyn antecipa “semanas de disputas internas, seguidas por outro primeiro-ministro não eleito”.
“Quem se tornar o novo líder conservador deve deixar o povo decidir o futuro do nosso país, através de uma eleição legislativa imediata”, defendeu o líder da oposição.
Também a líder do partido Nacionalista Escocês, (SNP), Nicola Sturgeon, receia que a partida de May não resolva o ‘Brexit’ e reitera a necessidade de um novo referendo, além de eleições legislativas.
“Dadas as circunstâncias atuais, também me parece profundamente errado que outro ‘Tory’ seja instalado no Número 10 sem uma eleição nacional”, vincou, através da rede social Twitter.
Ainda assim, apesar das divergências, expressou solidariedade com May e a dificuldade de liderar o país e partido, “especialmente nestes tempos”.
Theresa May sai da liderança do partido devido à pressão dos eurocéticos e de membros do governo insatisfeitos com a estratégia para fazer o Reino Unido sair da União Europeia (UE), cujo acordo foi chumbado três vezes no parlamento.
Entre estes, o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros e assumido candidato à sucessão Boris Johnson elogiou a “declaração muito digna” de May, a quem agradeceu pelo “serviço estoico ao nosso país e ao Partido Conservador”.
“Agora está hora de cumprir os seus pedidos: unirmo-nos e concretizar o ‘Brexit’, exortou, através do Twitter.
Dentro do governo, o atual ministro dos Negócios Estrangeiros, Jeremy Hunt, prestou homenagem à primeira-ministra.
“A concretização do ‘Brexit’ era sempre uma tarefa enorme, mas uma que ela enfrentou todos os dias com coragem e determinação”, vincou.
A ministra do Interior, Amber Rudd, também referiu a “grande coragem” de May, uma “funcionária pública que fez tudo o que pode para encontrar uma solução para o ?Brexit'”, acrescentando, “o seu sentido de missão é algo que todos deveriam admirar e aspirar”.
Theresa May anunciou hoje que vai demitir-se da liderança do partido Conservador, desencadeando uma eleição interna cujo vencedor vai assumir a chefia do governo.
A demissão da liderança será formalizada na sexta-feira 07 de junho para que a eleição comece na semana seguinte.
Enquanto primeira-ministra, May não pode renunciar até que esteja em posição de dizer à rainha Isabel II quem esta deve nomear como sucessor, pelo que se mantém em funções até que o partido tenha eleito um novo líder, o que não deverá acontecer até o final de julho.
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