João Sàágua tomou hoje posse como reitor da Universidade Nova de Lisboa, assumindo um mandato de quatro anos e sucedendo a António Rendas, de cuja equipa fazia parte enquanto vice-reitor para as áreas Académica e Relações Internacionais desde 2014.

“Expresso o reconhecimento pela celebração, em 2016, do Contrato de Confiança entre o Governo e as universidades, que nos trouxe alguma estabilidade financeira e a promessa, que estamos certos continuará a ser cumprida, de suportar com financiamento suplementar as despesas que as universidades deverão assumir resultantes da política de recuperação económica e social que em boa hora o Governo iniciou. Evitando assim que essas despesas tão necessárias funcionem como cortes no nosso orçamento”, disse o novo reitor no discurso de posse, numa cerimónia que não contou com a presença da secretária de Estado do Ensino Superior, Fernanda Rollo, como inicialmente previsto.

João Sàágua destacou ainda as “importantes oportunidades” criadas com o diploma do emprego científico, que, quando “devidamente regulamentadas e financiadas pelo executivo” a universidade “não deixará de aproveitar”, nomeadamente pela contratação de professores e investigadores mais jovens e “de perfil internacional”, “tão necessários ao rejuvenescimento” do corpo docente.

O novo reitor elogiou ainda o programa de combate à precariedade e as medidas de reposição salarial, assim como o previsto descongelamento de carreiras em 2018.

“Já estávamos, sem dúvida, congelados há tempo demais. Aqui também, e dado o subfinanciamento crónico das universidades, estamos confiantes que será desenhada uma solução que não implique as receitas próprias das universidades, o que, de novo, redundaria num corte orçamental e a tornaria inviável”, afirmou João Sàágua.

O novo reitor deixou ainda críticas aos “constrangimentos desnecessários” que subsistem no que diz respeito à autonomia das universidades que são fundações públicas.

“Estes remontam aos tempos em que Portugal esteve sob intervenção externa, e não existiam na versão inicial do RJIES [Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior]”, disse.

João Sàágua é professor catedrático da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH) da Universidade Nova de Lisboa (UNL) e foi eleito por unanimidade pelo Conselho Geral da instituição para assumir pelos próximos quatro anos o cargo de reitor.

Doutorado em Filosofia Contemporânea, é professor da UNL desde 1980 e foi diretor da FCSH durante oito anos, entre 2005 e 2013.

Em 2014 assumiu o cargo de vice-reitor da UNL para as áreas Académica e Relações Internacionais, substituindo agora António Rendas na liderança da instituição.

João Sàágua terá como vice-reitores o antigo diretor da Nova School of Business and Economics (SBE), a faculdade de Economia da UNL, José Ferreira Machado; a coordenadora das unidades de investigação da Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT) da UNL, Elvira Fortunato; e o cirurgião José Fragata, que coordenará as áreas de ciências da saúde.

Os professores da UNL João Amaro de Matos, José João Abrantes, Patrícia Rosado Pinto, Isabel Nunes e Isabel Rocha fecham a equipa reitoral de João Sàágua.

A tomada de posse aconteceu esta tarde numa cerimónia na reitoria da UNL, em Lisboa.