“Quero apelar ao bom senso, tolerância e contenção dos estudantes na celebração das suas tradições académicas, em particular, e vamos ser diretos, naquilo que se chama praxe”, declarou hoje o reitor da Universidade do Porto (UPorto), Sebastião Feyo de Azevedo, durante a cerimónia de boas-vindas a mais de quatro mil novos estudantes daquela instituição universitária.
Ao apelo de Sebastião Feyo de Azevedo seguiu-se depois um aviso (“não pode haver excessos do tipo de que se fala e do que nós vamos vendo que vai ocorrendo e que não podem ocorrer”) e ainda uma advertência: “estas atividades não deverão ocorrer dentro das instalações universitárias”.
O reitor da UPorto sublinhou também que nenhum estudante poderia ser obrigado a participar em atividades que considere “inadequadas” ou “impróprias”.
“Não pode haver excessos do tipo de que se fala e do que nós vamos vendo que vai ocorrendo e que não podem ocorrer. Estas atividades não deverão dentro das instalações universitárias”, avisou, sublinhando que “ninguém é obrigado a participar em atividades que considerem inadequadas ou impróprias.
“Ninguém será prejudicado na sua vida académica por recusar participar nessas atividades. É com vocês aproveitarem as atividades que vos são proporcionadas, para se integrarem de facto na cidade e na comunidade académica, mas com respeito pelos valores humanos”, acrescentou.
O apelo de reitor da UPorto chega no mesmo dia em que o jornal Público avançou a notícia com o título “Caloiros devem ser incondicionalmente servis, diz o manual distribuído no Porto”, e no qual se refere que o documento está a ser entregue aos novos alunos da Faculdade de Ciências - facto que a direção daquela faculdade disse ser impossível ter sido entregue dentro daquelas instalações.
Dados do Ministério da Ciência e Ensino Superior indicam que receberam no ano letivo 2016/2017 nove queixas de atos violentos ou coercivos em praxes académicas.
A “Universidade não é apenas um espaço de transmissão, produção e aplicação de conhecimento. É um espaço onde há toda uma vivência social, cultural e cívica a envolver a comunidade académica que é determinante para o vosso desenvolvimento humano. Isso significa que a Universidade é também, e antes de mais, um território de socialização em intervenção cívica e crescimento intelectual”, explicou o reitor na intervenção sobre o tema “integração” dos alunos.
A UPorto preencheu este ano, na primeira fase do concurso nacional de acesso ao Ensino Superior, a totalidade das suas vagas 4.185 vagas, dominado a lista dos cursos com as médias mais altas de entrada, contando com sete dos 15 cursos superiores que registaram a maior nota de acesso em Portugal.
A instituição de ensino superior teve, este ano, “quase o dobro dos candidatos para as vagas que estavam disponíveis em primeira opção”, disse o reitor, referindo que dominou a lista dos cursos com as médias mais altas de entrada, tendo em conta sete dos 15 cursos superiores que registam a maior nota de acesso em Portugal.
“Estes números revelam não apenas a qualidade dos estudantes que entram na universidade, mas também a reputação que a nossa instituição goza. O Ensino e a Ciência, inovação e empreendedorismo, a criação artística e o pensamento crítico que tem lugar nesta universidade são valorizados pela sociedade portuguesa.
Com o mote “Olá Futuro”, a UPorto lançou hoje à tarde, a partir do largo da Reitoria, meio milhar de balões com as cores das 14 faculdades da academia e anunciou que para favorecer à integração na cidade ofereciam aos novos estudantes um roteiro turístico com visita à Torre dos Clérigos, Museu de Serralves, Casa da Música, Museu Soares dos Reis e Estádio do Dragão.
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