"A Faculdade de Medicina faz parte da estratégia de longo prazo da UCP, que agora acontece (...). A notícia alimentou a 'rentrée' mediática, fez manchetes, convocou paixões, inveja e admiração. O sentimento dominante – entre admiradores e detratores – foi a surpresa", afirmou Isabel Capeloa Gil, no seu discurso, questionando: "Homens - e também mulheres - de pouca fé. Porque duvidastes?".

A Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior autorizou este verão o curso de mestrado integrado de Medicina da UCP, o primeiro curso de Medicina a ser ministrado em Portugal por uma instituição privada, depois de o ter chumbado em dezembro de 2019. As aulas deverão começar em setembro de 2021.

A acreditação resulta de uma nova proposta apresentada pela Católica, que tinha remetido uma primeira em outubro de 2018.

A aprovação do novo curso de Medicina foi contestado pelos Conselho de Escolas Médicas Portuguesas, Ordem dos Médicos e Associação Nacional de Estudantes de Medicina, que, reunidos numa plataforma, alegaram que houve "pressão política" e que pode ficar ameaçada a qualidade da formação médica e os cuidados de saúde à população.

Em setembro, numa breve declaração à Lusa, o ministro do Ensino Superior, Manuel Heitor, defendeu que a agência que acreditou o curso de Medicina da UCP "é muito independente", abstendo-se de comentar a cedência a pressões políticas invocada por escolas e Ordem dos Médicos.

Antes, em julho, Manuel Heitor considerou que a manutenção do número de vagas para os cursos de Medicina tornava clara a necessidade de disponibilizar o ensino desta área noutras instituições, públicas ou privadas.

Justificando o curso de Medicina, a reitora da UCP realçou hoje o alargamento da oferta formativa com "um projeto colaborativo internacional de largo espetro".

O curso de Medicina da Católica, que resulta de uma parceria com o Grupo Luz Saúde e com a Universidade de Maastricht, nos Países Baixos, funcionará no 'campus' de Sintra da UCP.

Isabel Capeloa Gil elegeu como prioridades para o segundo mandato (2020-2024) o reforço do "trabalho em colaboração com outras universidades portuguesas" e a revisão do estatuto da carreira docente e do "modelo educativo de base disciplinar".

A reitora promete apresentar em março de 2021 o novo Plano de Desenvolvimento Estratégico, para os próximos cinco anos, ao Conselho Superior da UCP.