Esta informação consta de um ‘ranking’ publicado pela Rede Europeia de Ação Climática (CAN-Europe), e dado a conhecer pela associação ambientalista portuguesa Zero, que integra esta rede.
De acordo com a Zero, o relatório ‘Defensores, Retardatários, Dinossauros: ranking dos grupos políticos da União Europeia e dos partidos nacionais sobre as alterações climáticas’ teve por base o período entre 2014 e 2019, e avaliou “o comportamento de voto no plenário dos atuais deputados europeus em relação às questões da energia e do clima”.
Segundo este estudo, “os partidos portugueses com representação no Parlamento Europeu diferem substancialmente no seu apoio à ação climática da União Europeia”, e o BE “é um claro campeão nacional, obtendo uma classificação de muito bom (84%)”.
Já o PS “tem um desempenho acima da média do seu grupo político no Parlamento Europeu, o Grupo da Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas - S&D”, acrescenta.
Por seu turno, o PCP demonstra “um desempenho abaixo da média do seu grupo político no Parlamento Europeu, o Grupo Unitário da Esquerda/Esquerda Verde Nórdica – GUE/NGL”.
Quanto a PSD e CDS-PP, “membros do grupo PPE – Partido Popular Europeu pontuam particularmente mal, arrastando para baixo a pontuação de o PPE a nível da União Europeia”, lê-se no documento.
O relatório alega que, “tal como os conservadores em toda a Europa, em Portugal os partidos de centro-direita não conseguem reconhecer a necessidade urgente de apoiar ações contra um clima em mudança”.
Além de BE (com 84%), o PS (70,1%), o PDR (67,7%) e o PCP (61,7%) são apresentados como "Defensores". O Partido da Terra (MPT), com 47%, surge como o único partido classificado como "Retardador", enquanto PSD (com 13.5%) e CDS-PP (6%) são "Dinossauros".
A avaliação baseou-se “na classificação individual do comportamento eleitoral dos deputados ao Parlamento Europeu durante a legislatura de 2014-2019”, refere a Zero.
“Nos últimos cinco anos, os partidos conservadores e de centro no Parlamento Europeu não fizeram o suficiente para defender os cidadãos europeus e protegê-los da crise climática”, aponta a associação, advogando que “tais partidos, à escala nacional e europeia, precisam de ouvir os milhões de eleitores europeus, particularmente a voz de muitos jovens, exigindo que os políticos façam mais para combater alterações climáticas”.
No comunicado divulgado pela Zero, é também salientado que os partidos “devem fazer do clima uma das principais prioridades na campanha eleitoral e comprometer-se a tomar medidas concretas após as eleições”, deixando para o futuro a sugestão da construção de “uma ampla aliança em todo o espetro político, lutando por uma Europa mais limpa, mais segura e mais próspera”.
A nível europeu, o relatório da (CAN-Europe) indica que “cinco dos oito grupos políticos da União Europeia estão mal ou muito mal classificados no relatório”.
A Aliança de Conservadores e Reformistas é o grupo com pior classificação, 10%, enquanto o Grupo dos Verdes/Aliança Livre Europeia aparece com a melhor classificação, com 84.9%.
De acordo com a associação ambientalista Zero, na elaboração do relatório foram tidos em conta 21 votos únicos “para a pontuação individual”, que refletem “a ambição climática em 10 diferentes processos legislativos”.
“A maioria dos votos selecionados está em vários dossiers legislativos, mas a pontuação também inclui votos em resoluções parlamentares”, é acrescentado.
O relatório pode ser consultado na íntegra através da ligação: https://www.dropbox.com/s/iex4pgh9pna5txc/MEP_Assessment_briefing_FIN.pdf?dl=0
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