"Ouvimos e compreendemos as populações sobre a necessidade de realização desta obra. Esta obra era necessária há muito tempo. Foi parte de uma concessão rodoviária que, depois, por uma opção política anterior, deixou de ser feita no contexto dessa concessão rodoviária e ficou numa espécie de limbo, nem era feita pela concessionária, nem podia ser feita por nós, pelas Infraestruturas de Portugal (IP) enquanto não se concluísse a renegociação dessa concessão rodoviária", disse Pedro Marques.

O governante falava na assinatura do auto de consignação das obras de requalificação do itinerário complementar 1 (IC1), investimento de 4,6 milhões de euros que prevê a melhoria de um troço de 13 quilómetros entre Alcácer do Sal e Grândola, obra reclamada há muitos anos por autarcas e populações do litoral alentejano.

"Hoje consignamos uma obra de 4,6 milhões de euros de investimento global, mas temos também um investimento de 600 mil euros para fazer toda a pavimentação dos cerca de 27 quilómetros a sul deste troço, que também estava necessitado de uma intervenção adicional. Muitas das deficiências que estão identificadas no troço mais a sul, as mais críticas, evidentemente, vão também ser recuperadas", disse Pedro Marques.

O presidente da Câmara de Alcácer do Sal, Vítor Proença, congratulou-se com o arranque das obras de requalificação da ligação do IC1 a Grândola, mas realçou que há outras estradas do litoral alentejano que necessitam de intervenção.

Vítor Proença salientou ainda a importância da mobilidade numa região que "está a acrescer cinco vezes mais do que o resto do país em termos de Valor Acrescentado Bruto".

Uma opinião corroborada pelo presidente da Câmara de Grândola, Figueira Mendes, também satisfeito com o culminar de um processo que, disse, ultrapassou todos os limites, lembrando as inúmeras ações de protesto e manifestações efetuadas nos últimos anos pela população do litoral alentejano para exigir a requalificação daquele troço do IC1.

Na cerimónia, que decorreu nas instalações das Infraestruturas de Portugal - espaço que o presidente da Câmara de Grândola gostaria de ver cedido para novo quartel da GNR -, Pedro Marques reafirmou que, a par do investimento nas infraestruturas rodoviárias, o Governo está também a concretizar aquele que será o maior investimento na ferrovia dos últimos 100 anos em Portugal, a ligação entre Sines e Espanha.

"Por um lado, há intervenções rodoviárias que têm de ser feitas para garantir a segurança das populações e a mobilidade, e um investimento estratégico na ferrovia que, para nós, é o investimento mais importante e que deixamos feito e em andamento relativamente às infraestruturas que é esta ligação dos portos do sul, em particular do porto de Sines a Espanha e à Europa", declarou.