Chen, um aliado próximo do Presidente chinês, Xi Jinping, assegurou, num artigo publicado por um jornal oficial da Escola Central do PCC, que a organização política deve “tomar a iniciativa” e “adotar medidas fortes”, numa altura em que o país está prestes a promulgar uma emenda à sua Lei de Contraespionagem.

Segundo Chen, o objetivo é “melhorar a capacidade de salvaguardar a segurança do Estado através do uso de ferramentas legais”.

“O aparato de segurança do Estado deve empregar todos os seus esforços de contraespionagem de acordo com a lei e reprimir fortemente qualquer tentativa de usurpar segredos de estado”, escreveu Chen.

As investigações lançadas nos últimos meses sobre consultoras estrangeiras na China têm suscitado preocupação no setor e entre investidores e empresas estrangeiras.

Em maio, a polícia realizou incursões aos escritórios locais da consultora internacional Capvision, acusada de “omitir riscos à segurança nacional” e “transmitir informações secretas ao exterior”. A consultora norte-americana Bain & Co e a empresa de diligência prévia Mintz Group foram alvo de ações semelhantes.

A China alterou a Lei de Contraespionagem em abril – entra em vigor a partir de 1º de julho – para incluir a “colaboração com organizações de espionagem e os seus agentes” na categoria de espionagem.

O órgão legislativo do país explicou que a reforma “adere a uma abordagem de resolução de problemas” e “amplia” as categorias de objetos cuja usurpação vai ser classificada como “roubo de segredos”.

A reforma acrescenta ainda “documentos, dados, materiais e itens relacionados à segurança nacional”.

“Esta lei vai alargar adequadamente o âmbito do que é considerado espionagem, com todo o material relacionado com a segurança nacional que deve ser protegido”, avançou o jornal oficial Global Times, acrescentando que o país está a “redobrar os seus esforços” para se proteger, numa época em que “o Ocidente, liderado pelos Estados Unidos, está a intensificar as suas atividades de espionagem na China”.

De acordo com o jornal de Hong Kong South China Morning Post, a lei pode permitir que as autoridades “inspecionem instalações e equipamento eletrónico de organizações, assim como telefones e computadores de qualquer pessoa que considerem suspeita de espionagem”.