“Eu não consigo entender sinceramente como é que, em primeiro lugar, o Ministério da Saúde assiste a isto passivamente e como é que o Governo como um todo e o primeiro-ministro em particular assiste a um Ministério da Saúde que não reage a estas situações”, criticou Rui Rio, em declarações aos jornalistas no final de uma audiência com a APIFARMA (Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica), na sede nacional do PSD.

Tendo ao lado o coordenador e a vice-coordenadora do Conselho Estratégico Nacional do PSD para a saúde (António Araújo e Guilhermina Rego) e o deputado e médico Ricardo Baptista Leite,, o presidente social-democrata manifestou a sua preocupação com a resposta do Serviço Nacional de Saúde (SNS) aos doentes extra Covid.

“Temos consciência clara que, desde março, o SNS está totalmente focado na Covid e foi desleixando tudo o mais”, disse, considerando que esta estratégia teve “resultados dramáticos” como o aumento do número de consultas e cirurgias adiadas e até o aumento da mortalidade em Portugal que não resultou da pandemia.

O líder do PSD disse temer que a situação se possa agravar nos próximos meses se o Governo “não cuidar de organizar o SNS, ou o sistema nacional de saúde, com o apoio da área social e privada”.

“Vamos começar a tratar este tema de forma mais incisiva, porque é realmente dos que mais poderá estar a prejudicar os portugueses”, afirmou, considerando que já há “falhas gravíssimas” atualmente.

Questionado o que irá o PSD fazer em concreto nesta área, Rio disse que poderá passar por tudo o que estiver ao alcance do partido para que o Governo “altere a sua postura”.

“Podem ser visitas, podem ser iniciativas no quadro da Assembleia da República. Eu não estou em cada canto a dizer mal do Governo só porque sou oposição, mas quando as coisas são sérias tenho obrigação de usar a credibilidade que posso ter adquirido para dizer mal quando está mesmo mal. E aqui está mesmo mal”, afirmou.