"Há realmente uma falta de rigor. O próprio quadro macroeconómico do Partido Socialista não existe, é uma coisa que eles vão falando daquilo que foi o Programa de Estabilidade que foi apresentaram e agora começam a fazer promessas a mais e vão ajustando o quadro, ou seja fazem do fim para o princípio", defendeu Rui Rio.
O candidato do PSD pelo círculo do Porto, pelo qual é número dois nas eleições legislativas de 6 de outubro, falava aos jornalistas na cidade Invicta, à margem de um almoço debate, promovido pela Confederação do Comércio e Serviços de Portugal.
"Se quisermos acreditar naquilo que o PS diz, na prática aquilo que estamos a ver é o que nós estamos a ir no caminho certo, e, portanto, o Partido Socialista está a recuar um bocado e ir de encontro a nós. Naturalmente que as verbas que propõe para redução de imposto é coisa absolutamente insignificante (...) face aquilo que nós temos. Que embora prudente é substancialmente mais", defendeu.
Rio comentava a notícia avançada na terça-feira pelo jornal Público que revela que as contas do PS têm um desvio de 800 milhões de euros face ao Programa de Estabilidade para 2019 (PE2019). Segundo aquele jornal, o documento assume que haverá um aumento adicional de 600 milhões de euros e uma redução da receita fiscal de mais de 200 milhões.
A estes valores já previstos, acresce, sustenta o Público, um aumento da despesa social de 360 milhões de euros, que já estava previsto PE2019.
"Pelos vistos, [o PS] caminha para um quadro macroeconómico parecido [com o do PSD]. Portanto, tudo isto só vem dar razão àquilo que nós fomos fazendo", defendeu, sublinhando que o primeiro-ministro e secretário-geral do PS, chegou a criticar o quadro macroeconómico do PSD, considerando "muito ambicioso e irrealista".
"Aquilo que eu tenho dito é prudência, mas com ambição. Portanto, aquilo que são as nossas projeções macroeconómicas, as nossas reduções de impostos, o aumento do investimento público, tudo isso está devidamente calculado para ser absolutamente exequível", reiterou.
Rui Rio considera que “o Partido Socialista está a ficar para trás naquilo que são os compromissos eleitorais e sente a necessidade de vir fazer o mesmo” que o PSD está “a dizer”.
“Dou um exemplo pequenino que é o Eramus do Interior, (...) mas isto tem vindo a acontecer e não só com o PS. Até o próprio Bloco de Esquerda disse que anda perto da social-democracia. Isto comprova que aquilo que nos temos vindo a dizer tem sustentabilidade, é equilibrado, tem aceitação junto das pessoas, porque se não tivesse os outros não vinham copiar", afirmou Rui Rio.
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